28/04/2010

Comercial com modelo GG censurado nos EUA



Eu vi a notícia por acaso em um jornal da Rede TV. O coercial da Lane Bryant com uma modelo GG ou G, sei lá, simplesmente ela não é anoréxica, é bonita e parece feliz dentro dos moldes vendidos pelas modelos em geral. Pois bem, nem a Fox, nem a ABC quiseram exibir o comercial e se utilizaram de várias desculpas, inclusive que ele seria inadequado. A empresa e grupos militantes acusam ambas de desejarem impôr um modelo de beleza, pautado, claro, na magreza extrema. Se comerciais da Victoria Secret são exibidos, porque não o da Lane Bryant? Pensem bem, se mulheres começarem a se sentirem satisfeitas com seu manequim 46-48, bonitas, atraentes e sexies, como serão vendidas as lipos, as dietas milagrosas, os antidepressivos, as quinquilharias diet-light, etc. para você entrar naquele manequim 34-36? Imagina quanta gente terá prejuízo? Dá para entender o motivo desse comercial de lingerie ser indecente?

17/04/2010

Abaixo Assinado - Abertura de Arquivos Ditadura


A OAB-RJ iniciou uma campanha pela abertura dos arquivos da Ditadura Militar. Infelizmente, acho que boa parte deles jpa deve ter sido destruída. São vídeos curtos, contundentes, usando atores e atrizes de sucesso que participam da campanha sem cobrar cachê. Encontrei seis vídeos ao todo. Coloquei três aqui e outros três no meu blog Historiativa.

03/04/2010

Mulher-bomba que atacou metrô russo tinha 17 anos



Esta é, supostamente, uma das mulheres bomba (*ou meninas, com 34 anos, quem tem 17 é menina para mim e se o cara morreu em 2009, era mais menina ainda*) do metrô de Moscou. Não sei quem pensou como eu, mas tire o niqab ou o chador que a mocinha usa e coloque-a de top e shortinho. A pose, a vulgaridade no rosto (o ângulo do olhar, o biquinho), é a mesma das nossas adolescentes dos morros cariocas ou que colocam fotinhos sexies nos orkuts da vida, orgulhosas com suas armas na mão a agarradas ao pescoço de um traficante, quase 20 anos mais velho. A mesma! Nada daquela pose rígida das mulheres palestinas ou iranianas em manifestações, parece mais a arrogância inconseqüente das adolescentes daqui, daquelas meninas e meninos que nada tem a perder e que não objetivam nada, também.

O homem não tem nada que o identifique como mulçumano, afinal, ele não precisa se cobrir ou despir para ser "apreciado", para ter seu valor (*ou falta de valor*) valorizada socialmente, ele poderia ser deslocado sem que precisasse mexer em nenhuma de suas características. Não sei qual a relação que essas figuras mantém com o Islã, mas eles e elas me parecem muito mais assustadores do que os homens e mulheres bomba aparentemente politizados de antes. A única coisa que não muda? Elas podem morrer pela causa, só morrer. Caso a causa seja vitoriosa, não terão nenhum direito a mais e, talvez, muitos a menos, assim como na Arábia Saudita, que serve para muitos deles de modelo. Tempos tenebrosos...

E não estou dizendo que os russos tratam de forma decente as populações da Chechênia ou outros núcleos muçulmanos do país, porque não tratam mesmo, mas esses movimentos não têm minha simpatia. Aliás, alvos militares podem ser considerados legítimos em uma guerra de guerrilha (*guerrilheiro ou terrorista está nos olhos de quem vê*), mas escolas, metrôs e teatros não são. E isso vale para qualquer lado. Segue a matéria da Folha de São Paulo.

Mulher-bomba que atacou metrô russo tinha 17 anos

Nascida no Daguestão, jovem era "viúva" de rebelde morto pelas tropas federais Rebelde da Tchetchênia reivindicou autoria do pior ataque terrorista ocorrido em Moscou em seis anos; mortos já chegaram a 40

Uma russa de apenas 17 anos foi identificada ontem pelo Comitê Nacional

Antiterrorismo como uma das duas mulheres-bomba que atacaram as estações de metrô de Moscou Lubianka e Parque Kulturi na segunda-feira, naquele que foi o pior ato terrorista ocorrido na capital do país em seis anos. Nas fotografias obtidas pela investigação, Dzhennet Abdurakhmanova, que também usava o nome Abdullayeva, aparece com cabelos e pescoço cobertos por um lenço preto tradicional, exibindo armas e granadas abraçada a Umalat Magomedov, 30, líder de um grupo rebelde islâmico do Daguestão, república do norte do Cáucaso onde a garota nasceu.

Segundo informações do jornal "Kommersant", o rapaz estava noivo da adolescente e foi morto em operação militar de 31 de dezembro último, o que fez dela uma "viúva negra", como são conhecidas mulheres ligadas a insurgentes mortos. O diário diz também que a segunda suicida era uma tchetchena de 20 anos, viúva de um insurgente morto em 2009 em ação para desmantelar um plano de matar o presidente tchetcheno.

O norte do Cáucaso russo é palco de insurgências violentas desde 1991. Em 1999, quando separatistas tchetchenos ganharam força com base em valores nacionalistas, houve uma forte ofensiva liderada por Vladimir Putin, o atual premiê. O Kremlin chegou a dizer que o separatismo havia sido derrotado apenas para, agora, vê-lo reorganizado sob a identidade islâmica. Os insurgentes reivindicam hoje um Estado submetido à sharia (lei islâmica). O Kremlin afirma que os grupos têm apoio, inclusive financeiro, da rede terrorista Al Qaeda.

Há dois dias, o líder rebelde tchetcheno Doku Umarov, que se diz "emir do Cáucaso" e lutou contra o Exército russo na Tchetchênia, confessou em vídeo publicado na internet a autoria dos atentados ao metrô de Moscou, que deixaram 40 mortos. No mesmo dia, outro ataque de dois homens-bomba matou dez no Daguestão.

Com agências internacionais

02/04/2010

Livro resgata fotos e documentos e revela a real participação feminina nas guerras



Na verdade, se somente na II Guerra, mas não deixa de ser muito importante. Gostaria que foss de uma historiadora, ainda assim, quando for até a Livraria Cultura, devo comprar este livro. A matéria veio da Revista Isto é.

Mulheres no front

Livro resgata fotos e documentos e revela a real participação feminina nas guerras
Natália Rangel

Um numeroso e pouco conhecido exército de guerrilheiras, oficiais, pilotos e atiradoras de elite, todas fortemente engajadas – e armadas – nas batalhas deflagradas pela Segunda Guerra Mundial, é agora retratado em textos e raras imagens no livro “Mulheres na Guerra” (Larousse), do historiador francês Claude Quétel. Ele escreveu sua obra a partir de estudos sobre o assunto que vêm sendo produzidos desde a década de 1970 (a publicação inclui uma rica bibliografia) e lança um novo olhar sobre a participação das mulheres no conflito.

Sua tese é de que a historiografia moderna relega a atuação feminina a um segundo plano e seu objetivo é mostrar que ela esteve presente em todas as dimensões da guerra. Quétel recupera a biografia de importantes personalidades desse período cujas trajetórias foram esquecidas ou nunca documentadas: “As mulheres veem a sua história dissolvida na história dos homens.” Numa das fotos incluídas nesse livro estão duas militares fazendo tricô diante de seus furgões blindados do Exército francês – emblemática da habilidade feminina de se desdobrar das agulhas às armas. O tricô das oficiais do século XX não tem nada do romantismo da mitológica Penélope, que tece enquanto espera o futuro marido chegar de suas homéricas batalhas. Elas tricotam no front e estão a postos no conflito de Garigliano, na Itália.


Entre os personagens destacados no livro está a belga Odette de Blignières, jovem de uma família aristocrática que trabalhou como manequim da Maison Chanel antes de entrar para um grupo internacional de resistência à ocupação alemã. Em 1942, ela contribuiu com transporte e munição para que soldados aliados fugissem pelos Pirineus e alcançassem Londres viajando pela Espanha. Também militou no movimento antifascista italiano ao lado de outras mulheres. Conhecida como a “ciclista que detonava explosivos”, a química francesa Jeanne Bohec foi escalada para trabalhar na confecção de armas de sabotagem. Além de fabricá-las, ela as utilizava para detonar ferrovias e cumpria sua missão in loco de bicicleta. Em 1944, ela estava no grupo que resistiu a um ataque alemão em Saint- Marcel. Jeanne sobreviveu e recebeu honrarias militares ao final da guerra. Outra francesa, Georgette Gérard, entrou para o grupo de Resistência de Lyon e atuou no movimento Combat. Em 1943, ela era a capitã de um grupo de cinco mil guerrilheiros divididos em 120 acampamentos localizados em florestas. Para “inspirar confiança”, se fazia passar por um oficial e se autodenominava “comandante Gérard”. Poucos subordinados sabiam que se tratava de uma mulher.

Em Berlim, uma extraordinária manifestação de caráter antinazista foi protagonizada por mulheres. E deu certo. O protesto de Rosenstrasse envolveu centenas de alemãs casadas com judeus, que reivindicavam a libertação de seus maridos. Após uma semana de intensos motins, Joseph Goebbels libertou cinco mil berlinenses de origem judaica. “O ódio político das mulheres é extremamente perigoso”, teria dito Adolf Hitler. Na União Soviética, onde o alistamento militar feminino já ocorria desde 1925, eram muitas as soldados e atiradoras que assumiam a linha de frente do Exército soviético. Uma delas foi Luba Makarova, atiradora de elite, que ilustra a capa do livro. Ela participou da conquista de Berlim, ao final da guerra, como capitã de um Exército formado por homens. Uma outra jovem soviética, integrante da Juventude Comunista, militou contra a invasão alemã a Moscou. Ativista de um grupo guerrilheiro, Zoia Kosmodemianskaia, 18 anos, organizava sabotagens às tropas alemãs e foi presa após colocar fogo em estábulos do inimigo.

Cruelmente torturada, ela foi enforcada e teve seu corpo exposto publicamente. Um repórter do jornal “Pravda” a fotografou e a imagem de Zoia e sua história a transformaram em “heroína da União Soviética”. Segundo Quétel, o fato serviu de motivação para o Exército Vermelho, que foi insuflado pelo slogan “patriótico”: “Matem o monstro nazista.” Além de narrar as histórias com leveza e sempre incluir um detalhe pessoal ou curioso no perfil de suas personagens, o autor também envereda por temas mais prosaicos. Conta, por exemplo, como a guerra determinou a moda do uso de turbantes e reproduz um relato da filósofa e escritora francesa Simone de Beauvoir, famosa adepta do adereço. Ela explica que as frequentes panes de eletricidade inviabilizaram o uso do penteado permanente (o mise-en-plis), e a crise de abastecimento fez desaparecerem os chapéus das lojas. Para não sair de “cabelos ao vento”, que era de mau gosto na época, adotaram-se turbantes. “Apeguei-me a eles definitivamente”, escreve Simone.