tag:blogger.com,1999:blog-23248919268703922632024-02-06T23:04:35.036-03:00Uma Voz FeministaEste é um blog feminista, com o intuito de divulgar notícias sobre temas relacionados às mulheres. É um blog político e seu objetivo é claro, quando você começar a ler tenha em mente isso: somos pela igualdade (política) entre mulheres e homens, pelos direitos humanos das mulheres em todo o mundo, pela construção de um mundo melhor para todos e todas. É “uma voz”, porque é a “minha voz”; logo, aqui não serei portadora da verdade ou “a voz” dos feminismos.Valéria Fernandeshttp://www.blogger.com/profile/01316913573572493872noreply@blogger.comBlogger55125tag:blogger.com,1999:blog-2324891926870392263.post-18614721304811306632018-10-05T10:53:00.000-03:002018-10-05T10:58:53.101-03:00O direito de enterrar os mortos é uma lei que antecede qualquer lei<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgipGjMcOkdjTeRSix3Cd0q8lG6S9gbDk2GBBAjNvPrVlwH262wVzQcEiHd17_6otysmCfAM_cEpdTQ5vzAuSiGAovdlh93VFzPZNzlxAKP_UNwdRamLBcrSyTibOxpX0sFnTwApQu5dXw/s1600/antigone.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="790" data-original-width="1200" height="210" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgipGjMcOkdjTeRSix3Cd0q8lG6S9gbDk2GBBAjNvPrVlwH262wVzQcEiHd17_6otysmCfAM_cEpdTQ5vzAuSiGAovdlh93VFzPZNzlxAKP_UNwdRamLBcrSyTibOxpX0sFnTwApQu5dXw/s320/antigone.JPG" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b><i>Antígona de <a href="http://bit.ly/2Pd9XIN">Marie Spartali Stillman</a>.</i></b></td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<i>Poucas coisas me parecem mais desesperadoras do que perder um ente querido e não ter seus restos mortais para, pelo menos, enterrá-los. Dar sepultura é algo importante para a maioria das culturas humanas desde a Pré-História, é algo ligado ao que chamamos de minimamente de humano.</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i><br /></i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>Em uma das peças gregas que eu mais gosto, Antígona (*para download, <a href="http://bit.ly/2DYXh7b"><b>aqui</b></a>*), a protagonista sacrifica sua vida para dar sepultura ao irmão, condenado pelo tio, então rei, a apodrecer nos campos e ser devorado pelas feras. Em um dos embates da peça, ela argumenta com o tio-rei que há uma lei não escrita, anterior a qualquer lei humana que a obriga a fazê-lo. Ela termina encerrada com o cadáver do irmão no mesmo túmulo, mas morre acreditando que fez o que é certo, o que é justo, sem recuar.</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i><br /></i></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgutWbF1rn_2HPEX0Kp7kRt15zPBDB7bxNackyKMDzRxqmSIwruFiVCPrkZuZQVRSdvYUWcAY9Uz6z3iH09c7BN6o5r1nDmuM0EceA5uIZKTLwuz5zxNKOpWUmhSxr5jyLQTdmPK7p6bFY/s1600/vala-perus-arqueologos-01.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="901" data-original-width="1320" height="218" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgutWbF1rn_2HPEX0Kp7kRt15zPBDB7bxNackyKMDzRxqmSIwruFiVCPrkZuZQVRSdvYUWcAY9Uz6z3iH09c7BN6o5r1nDmuM0EceA5uIZKTLwuz5zxNKOpWUmhSxr5jyLQTdmPK7p6bFY/s320/vala-perus-arqueologos-01.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b><i>Tentativa de identificar os desaparecidos <br />na vala comum do <a href="http://bit.ly/2NqlGSw">cemitério de Perus</a>, SP.</i></b></td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<i>Debochar das mães e pais que sofrem é ter desprezo por princípios mínimos de civilização. Tem dúvidas? Olhe para seu filho, ou filha, e se imagine procurando sem fim por ele, ou ela, sem encontrar, nunca tendo a certeza que somente o cadáver pode lhe dar. Tenha empatia e escolha bem seu candidato.</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i><br /></i></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhvF7ZetGXE5Mg1qcMDsOPcqrpB0wIjxOQ5J9ureFN-UNN3exdUSgo_B43dJMLbuEZbVywMM2ZG75PkRKh8J-vG-iW1I6DWKBzvaSGcyHOKJqFTgRbkepTZYtdQ3OED3PbHIs2c_WXygzs/s1600/cachorro.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="773" data-original-width="577" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhvF7ZetGXE5Mg1qcMDsOPcqrpB0wIjxOQ5J9ureFN-UNN3exdUSgo_B43dJMLbuEZbVywMM2ZG75PkRKh8J-vG-iW1I6DWKBzvaSGcyHOKJqFTgRbkepTZYtdQ3OED3PbHIs2c_WXygzs/s320/cachorro.jpg" width="238" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<i><br /></i></div>
Valéria Fernandeshttp://www.blogger.com/profile/01316913573572493872noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2324891926870392263.post-15566032733432004722018-10-04T07:44:00.001-03:002018-10-04T07:44:15.232-03:00Quantas vezes irão matar Marielle novamente? E quantos mais terão que morrer?<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhZ_uw2igLOsHmNM6VufeP0dTRjw4RQg8ax5t726rNVzG9MjIeIlGIPJI3NWuR5G4ETpajJXonVzuWsYXdDijeexql8bZX8NbvWq3TYEHkpTET6f-o1u5REdftO3L7CU-rIJWV7H5zKhpw/s1600/DonkshTX0AUw6oO.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1024" data-original-width="1001" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhZ_uw2igLOsHmNM6VufeP0dTRjw4RQg8ax5t726rNVzG9MjIeIlGIPJI3NWuR5G4ETpajJXonVzuWsYXdDijeexql8bZX8NbvWq3TYEHkpTET6f-o1u5REdftO3L7CU-rIJWV7H5zKhpw/s320/DonkshTX0AUw6oO.jpg" width="312" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<i><br /></i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>Começam destruindo os marcos de memória, uma placa, neste caso. A placa não é Marielle, que junto com seu motorista foi executada em um crime político, mas a representa. Tente imaginar o que pode começar a acontecer depois da vitória de certo candidato. Vocês acham que esses fascistinhas bombados que quebram placas e as exibem orgulhosamente, terão algum problema em quebrar pessoas - homossexuais, mulheres, supostos esquerdistas, enfim, qualquer um - que cruzem seu caminho, que pareçam se opor aos seus valores elevados? Certamente, não terão. E poderão contar com a impunidade. Em tempo, quem matou Marielle e Anderson?</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i><br /></i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>Para quem não sabe, <a href="http://bit.ly/2rk7se2">quem foi Marielle Franco</a>, que caiu aqui de pará-quedas. Ela foi vereadora do PSOL carioca, negra, de origem pobre, nascida na Favela da Maré. Foi a quinta parlamentar mais votada do Rio, mãe, feminista, fruto de pré-vestibular comunitário (*eu lecionei em um desses no Rio quando estava na graduação*), socióloga, mestre em administração pública, defensora dos direitos humanos, denunciava as ações das milícias e era relatora da comissão que tem como função fiscalizar a intervenção federal no Estado do Rio foi executada. Ela teve seu carro abalroado e foi morta com quatro tiros na cabeça em março passado. Anderson, o motorista, era um pai de família, trabalhador, com uma criança bem novinha para sustentar, terminou assassinado, também. Não há dúvidas, hoje, de que foi um crime político. Quem matou Marielle, não sabemos, mas <a href="http://bit.ly/2RrqfQ2">o Brasil está sendo cobrado internacionalmente</a> por sua incompetência em resolver o crime.</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i><br /></i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>Para se ter uma ideia, <a href="http://bit.ly/2QyFIMX">os sujeitos que se exibem orgulhosamente</a> são candidatos pelo PSL, um para deputado estadual, outro, federal. Um deles é advogado, o outro, policial militar. Não é gente sem noção de como se comportar em púbico, ou em relação à coisa pública, eles fizeram o que fizeram por desejarem a exposição e conhecerem o seu eleitorado. Será que esse tipo de cidadão brasileiro é a maioria? Eu acredito que não sejam.</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i><br /></i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>Não vou votar no PT no primeiro turno, não estou pedindo sequer voto para o meu candidato, estou pedindo bom senso. Há outras opções, mesmo que a sua opção não seja a mesma que a minha. Agora, se você não é fascista, não deveria endossar com seu voto esse tipo de atitude simbólica. Há tempo para parar essa onda. </i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i><br /></i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>Se você é cristão, favor procurar na sua Bíblia onde nosso Deus sanciona esse tipo de escárnio, ou o desprezo pelo pobre, pelo fraco, pelo descaso pela dor do próximo. Procure um texto no Novo Testamento que possa justificar o fascismo, ou a barbárie, ou a covardia, ou ainda a mentira. Se encontrar, mantenha seu voto.</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i><br /></i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>#ELENAO Nem ele, #NEMMOURAO</i></div>
Valéria Fernandeshttp://www.blogger.com/profile/01316913573572493872noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2324891926870392263.post-25937031332475311052018-09-30T11:25:00.002-03:002018-09-30T11:25:29.954-03:00Alguns comentários sobre o #ELENAO em Brasília<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgud7WSJniZMedPUeQoyM-RmQvJLnheeGC3P_2aGWc4IGSn6R4Vf3uIYv-KCidfscEVYm3un3NIC_iQKYlDhXOrPJ2XAKeKh0X6u9KtlVa2CR7zd4CcfDQcGYv_rbBANjCwRXbCqg08_Xc/s1600/bras%25C3%25ADlia+1.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="715" data-original-width="1070" height="213" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgud7WSJniZMedPUeQoyM-RmQvJLnheeGC3P_2aGWc4IGSn6R4Vf3uIYv-KCidfscEVYm3un3NIC_iQKYlDhXOrPJ2XAKeKh0X6u9KtlVa2CR7zd4CcfDQcGYv_rbBANjCwRXbCqg08_Xc/s320/bras%25C3%25ADlia+1.jpg" width="320" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<i><br /></i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>Ontem, aconteceram em nosso país as maiores manifestações de rua das eleições presidenciais de 2018, a maior manifestação organizada por mulheres da história de nosso país, com eventos em 26 estados e várias cidades do mundo. No entanto, as nossas TVs praticamente ignoraram as manifestações ou fizeram falsa simetria com pequenas aglomerações de apoio ao candidato do PSL. O nosso principal jornal local, o Correio Braziliense, fez uma cobertura negligente. Enfim, decidi colocar minhas impressões da marcha de Brasília. Elas são pessoais e não estava ligada à coletivos, ou mesmo partidos, para ver anomalias que algumas pessoas pontuaram. O que eu vi, foi uma diversidade enorme de pessoas, a maioria mulheres, marchando contra o fascismo. Agradeço a leitura:</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i><br /></i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>Cheguei na Rodoviária do Plano Piloto, local da concentração, perto de 14h50. Deixei o carro no Conjunto Nacional e enquanto me dirigia para a concentração vi vários grupos estavam se encontrando pelo caminho. Estar sozinha foi muito chato, mas não podia levar minha filha de 4 anos para o sol quente, nem expô-la a uma possível situação de violência. Sim, eu temia uma reação, afinal, aqui, em Brasília, o candidato do PSL lidera as pesquisas com folga. Na concentração, como estava muito forte o sol, as pessoas se abrigavam em grandes grupos embaixo das árvores que encontravam. Logo dei de cara com duas ex-alunas, fiquei feliz em vê-las.</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i><br /></i></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhGzPkIB-nilnv41mV3k2DiSQm8VFcCVsle8q2_XpmOq4qck-TDj7BJi1gsYOumIQY0QR9b1jFWQoDF16odLWM_kOsjjdc4Jv77EHlsVB8TBGsBK7uo4MTNQ-3T87kSBnP0R2TUHKoBVKg/s1600/42734917_10155607668841782_4027128634295713792_o.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1080" data-original-width="1440" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhGzPkIB-nilnv41mV3k2DiSQm8VFcCVsle8q2_XpmOq4qck-TDj7BJi1gsYOumIQY0QR9b1jFWQoDF16odLWM_kOsjjdc4Jv77EHlsVB8TBGsBK7uo4MTNQ-3T87kSBnP0R2TUHKoBVKg/s320/42734917_10155607668841782_4027128634295713792_o.jpg" width="320" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<i><br /></i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>Havia uma senhora </i><i>observando a aglomeração </i><i>com duas meninas, uma deveria ter a idade da minha Júlia, talvez, um pouco mais velha, a outra era mais nova. Eu comentei com ela que estava muito sol, que deixara a minha em casa com o pai. Ela disse que só tinha vindo olhar a movimentação, que não dava para seguir com as duas menininhas, mas que o marido nunca aceitaria ficar com elas em casa... Coisas que nós, mulheres, enfrentamos.</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i><br /></i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>Perto das 15h, começou a andar a manifestação. Daí, encontrei um colega professor, que é uma pessoa muito querida. Fiquei feliz em vê-lo. Até a Torre de TV é uma caminhada, pior ainda por ser uma rampa, uma subida mesmo. O sol estava inclemente. Às vezes, passava algum carro buzinando em apoio, um ou outro passava xingando, algo mais raro. De repente, uma pequena confusão, atearam fogo a uma lixeira. Não ficou claro se tinha sido gente do grupo. Uma senhora perto de mim "Eles não pensam nas crianças".</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i><br /></i></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi4qh5K_9OMrZYkJ90VGCdKpUrKcBtCJKcymovcejfLbBy12Rx0H9_lLHAGJtrAm9NJ71c3GVQ45wJtxWIwPNd7MJyiyYhQV5FOykUJt6zXry3_jQyIyiuoBM0msTLdN67Be80I33xwZvE/s1600/42792829_10155607665036782_7809128375313760256_o.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1080" data-original-width="1440" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi4qh5K_9OMrZYkJ90VGCdKpUrKcBtCJKcymovcejfLbBy12Rx0H9_lLHAGJtrAm9NJ71c3GVQ45wJtxWIwPNd7MJyiyYhQV5FOykUJt6zXry3_jQyIyiuoBM0msTLdN67Be80I33xwZvE/s320/42792829_10155607665036782_7809128375313760256_o.jpg" width="320" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<i><br /></i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>Havia boa quantidade de crianças, algumas em carrinhos, umas no sling (*saudade do tempo em que levava a minha no sling*). A maioria eram maiores, as que não cabem mais no colo. Uma que me surpreendeu foi um menino cego com a mãe (*imagino que fosse*), deveria ter uns 9 anos e estava com a típica bengala. Mais surpreendente ainda era um senhor com duas próteses nas pernas e duas muletas. Parecia não se intimidar com o sol, ou a subida. Algo que me deixou surpresa e feliz era a quantidade de senhoras idosas na marcha, umas visivelmente de classe média, outras com bandeiras da marcha das margaridas (*trabalhadoras rurais*), algumas tinham com certeza mais de 80 anos. Um homem perto de mim comentou com as mulheres de seu grupo "Só mesmo esse monstro pra fazer a gente encarar esse sol de Brasília a esta hora".</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i><br /></i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>Muitas bandeiras dos partidos esperados, PT, PSTU, PC do B. Algumas do PDT. O mais surpreendente foi o povo da REDE. As bandeiras se destacavam do vermelho predominante, das bandeiras do arco-íris e do lilás que era meio que cor tema da marcha por serem verdes e brancas. Já dos partidos de direita não vi nenhuma representação. Parece que a dignidade das mulheres não é problema deles.</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i><br /></i></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhwKZyO9tUfwexgTVoJimzLXRkk53Kjo25SOKRG-oKiIigl8dpxvh6yuFzR0nFbipzdOx7tC6KA2KKqMrCL7VU1k1brX8AmOUZdhiwSjT9bOmYfpeFKA_wg1ijwBRNskK0tmLXqCHBnFi4/s1600/42741146_10155607713206782_7971841184098156544_o.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1080" data-original-width="1440" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhwKZyO9tUfwexgTVoJimzLXRkk53Kjo25SOKRG-oKiIigl8dpxvh6yuFzR0nFbipzdOx7tC6KA2KKqMrCL7VU1k1brX8AmOUZdhiwSjT9bOmYfpeFKA_wg1ijwBRNskK0tmLXqCHBnFi4/s320/42741146_10155607713206782_7971841184098156544_o.jpg" width="320" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<i><br /></i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>Seguimos até a Torre de TV. Já perto, encontrei outro colega professor. Muita gente estava esperando a chegada do grupo no ponto final da manifestação. Como vi fotos de outros conhecidos e amigos, realmente devia haver muita gente, o que dificultou os encontros mesmo casuais. Os gritos e cantos eram contra Bolsonaro, mas deveriam ter dado atenção à Mourão. Vi pelo menos um cartaz fazendo referência a sus fala infeliz sobre famílias chefiadas por mães e avós. Para mim, o canto deveria ser "Ele não. Nem ele, nem Mourão."</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i><br /></i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>A organização falou em 30 mil pessoas no final, no começo, disseram que a PM dissera que eram 10 mil, mas eu não sou boa para avaliar essas coisas. O fato é que havia muita gente dispersa, o centro de Brasília tem espaços muito amplos. Havia gente na pista, nos gramados, do outro lado do Eixo Monumental, gente que saiu de dentro da feira da Torre para se juntar ao ato final. Se no início da concentração falaram mulheres dos movimentos sociais, no final, foi a vez, principalmente, das falas das candidatas do PT, PSOL, PSTU e da REDE. Mais espaço para o PT, mas Erika Kokay e Arlete dominam melhor o microfone, eu diria.</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i><br /></i></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjz2SOMc8mUhqzA38xDl2e54O90wzX9Srp2-3Dl21lElfOovsL-Exe1fO25awGQ4eRSMynONrK0APRIgCJzI63z7BsjIGc7MOyAWpkgyqDw-_XndekEEcMz_c-ngu4jyj7IuZqOUx_RB7c/s1600/42761331_10155607668771782_3858574373636014080_o.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1080" data-original-width="1440" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjz2SOMc8mUhqzA38xDl2e54O90wzX9Srp2-3Dl21lElfOovsL-Exe1fO25awGQ4eRSMynONrK0APRIgCJzI63z7BsjIGc7MOyAWpkgyqDw-_XndekEEcMz_c-ngu4jyj7IuZqOUx_RB7c/s320/42761331_10155607668771782_3858574373636014080_o.jpg" width="320" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<i><br /></i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>O que faltou? Como estávamos perto da Feira da Torre, deveriam falar da proposta de corte do 13º salário e abono de férias. De novo faltou bater no Mourão, além das taxações já vazadas pelo economista de Bolsonaro (*</i><i>alíquota única para o Imposto de Renda, da volta da CPMF*)</i><i>. O movimento é de mulheres, mas a opressão será para todos. Seria muito importante lembrar e atrair a atenção de quem trabalha no local.</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i><br /></i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>De resto, foi muito bom ter ido. Ainda estou sem voz, então não pude gritar. E estava com dor de estômago desde antes de sair que só foi piorando. Quando deu 17h, eu comecei a tentar voltar para casa. O mal estar era grande, mas eu não poderia deixar de ir. Tive que pegar um táxi até o Conjunto Nacional, me arrependi de ter ido de carro. Se estivesse de condução, poderia ter arrumado jeito de ir direto para casa. Valeu, no entanto, conversar com o taxista, que disse que não vota em Bolsonaro de jeito nenhum. Que se multiplique a rejeição até o dia da eleição.</i></div>
Valéria Fernandeshttp://www.blogger.com/profile/01316913573572493872noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2324891926870392263.post-18694075771416432792018-06-24T14:51:00.002-03:002018-06-24T14:51:52.782-03:00E as Mulheres começam a dirigir hoje na Arábia Saudita!<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<br />
<div style="text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi2VsqijZLkFIWYeNKoyOF06_VRabo0VMl9tZusBNAwjIdBokK1TSfuYaHyojeFziOQt-AXNIPb13tmxVcFBC85R9SLEcQd7qhoA_s2obXPwtQa5Zd8E9T41DeV2E2bqqjMC2FbtFyPPZs/s1600/saudi-1.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="815" data-original-width="1212" height="215" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi2VsqijZLkFIWYeNKoyOF06_VRabo0VMl9tZusBNAwjIdBokK1TSfuYaHyojeFziOQt-AXNIPb13tmxVcFBC85R9SLEcQd7qhoA_s2obXPwtQa5Zd8E9T41DeV2E2bqqjMC2FbtFyPPZs/s320/saudi-1.jpg" width="320" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<i>Hoje, 24 de junho, depois de décadas de <a href="https://glo.bo/2ImF2FR">campanha das mulheres sauditas</a>, foi-lhes concedido o direito de dirigir no seu país. Muitas delas, especialmente, as mais abastadas, sabiam dirigir, o faziam no exterior, ou em rincões escondidos do país, mas publicamente, era proibido. Claro, que muitos vão anular a luta política das próprias mulheres e dizer que o príncipe herdeiro <b>DEU</b> a elas o direito, porque é um homem muito <b>MODERNO</b> e <b>BONDOSO</b>. Falácia. </i></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<br />
<div style="text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhIG2V77l4bu4GwKeq79NwXmk_6bmTbWZomnwa0NmBT9w21z_tbg_0TgN6VpLX_NY94cBLhUrKBkrc8xqv-2Su0pMWCWyevgFjw4F5Ndz72i83XL5baxsNpxw7HVGoA7NHajGKrQsvW8tY/s1600/saudi-3.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="813" data-original-width="1218" height="213" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhIG2V77l4bu4GwKeq79NwXmk_6bmTbWZomnwa0NmBT9w21z_tbg_0TgN6VpLX_NY94cBLhUrKBkrc8xqv-2Su0pMWCWyevgFjw4F5Ndz72i83XL5baxsNpxw7HVGoA7NHajGKrQsvW8tY/s320/saudi-3.jpg" width="320" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<i>O fato é que permitir que as mulheres dirijam era bandeira antiga das feministas e outras militantes do país, que <a href="http://bit.ly/2IqOOqA">continuam sendo perseguidas</a>, motivo de crítica internacional, não tinha sustentação forte dentro da lei islâmica (*Sharia*) e ajudará a economia do país. Talvez, tenha até impacto sobre o trabalho dos imigrantes, porque muitos dos que dirigiam táxis e vans que levavam mulheres eram estrangeiros. </i><i>Comentei sobre isso na resenha do filme <a href="http://bit.ly/166VOnO">O Sonho de Wadjda</a>, primeiro filme comercial saudita, que trata de questões femininas como o poder guiar automóveis e <a href="https://bbc.in/2K5ZvUT">dirigido por uma mulher</a>. </i><i>O fato é que sem a possibilidade de dirigir, as mulheres, pobres, inclusive, porque elas existem no país, mas falar deles e dalas <a href="http://bit.ly/2lx3fQT">pode dar cadeia</a>, dependiam de táxis, vans e outros, porque elas são <b>PROIBIDAS</b> de usar o <a href="http://bit.ly/2Ioy5E7">transporte público no país</a>. Agora, acredito que mulheres motoristas possam, inclusive, guiar vans e ônibus que transporte mulheres com segurança e por preços mais acessíveis.</i></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgXBXU15Zi8ened9rhKgzTtcc_PfubSOEqHmeV939wD7Cgus4EpuWXE4CunbjVU0OJ_IKMwUbI0f9pPb84n8cM3wtCBGS7cCGJEhZhI0GTkgEPeVdOhyphenhyphendBeOR9n4EqNHNijbyAtBI2ktMo/s1600/saudi-2.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="815" data-original-width="1181" height="220" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgXBXU15Zi8ened9rhKgzTtcc_PfubSOEqHmeV939wD7Cgus4EpuWXE4CunbjVU0OJ_IKMwUbI0f9pPb84n8cM3wtCBGS7cCGJEhZhI0GTkgEPeVdOhyphenhyphendBeOR9n4EqNHNijbyAtBI2ktMo/s320/saudi-2.jpg" width="320" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<br />
<i style="text-align: justify;">Ainda há muito que progredir na Arábia Saudita, ou recuperar, já que muitas das opressões foram impostas nos anos 1980 e, não, como muita gente pensa, eram coisa de tempos imemoriais. Cinemas, por exemplo, <a href="https://glo.bo/2Kia9qR">eram proibição dos anos 1980</a>... Descobrir essas coisas é chocante. </i><i style="text-align: justify;">O fato é que decidi postar, porque vi fotos muito lindas de mulheres tão felizes <a href="http://bit.ly/2tylmt3">no jornal português O Público</a>, que tinha que trazer para cá, assim como alguns depoimentos. As fotos não são das mesmas mulheres, não havia identificação nas fotos. O fato é que estou feliz por elas, muito mesmo!</i><br />
<div style="text-align: justify;">
</div>
<br />
<div style="text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhiMN_3R19QZQ0fmgf9F-kM85zr4N3EwPoXryRUP5pm1rwMH-6YfHS-07DGbm2FLhtmNH0ealyqBn-9hyphenhyphen2kCM1lVBPw0drOsdyjMy70uMaVUad95NKpLtC5L6eBHbR574UhS-s0mWuu360/s1600/saudi-5.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="814" data-original-width="1142" height="228" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhiMN_3R19QZQ0fmgf9F-kM85zr4N3EwPoXryRUP5pm1rwMH-6YfHS-07DGbm2FLhtmNH0ealyqBn-9hyphenhyphen2kCM1lVBPw0drOsdyjMy70uMaVUad95NKpLtC5L6eBHbR574UhS-s0mWuu360/s320/saudi-5.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<br />
<i><b>“Não acredito que estou a conduzir na Arábia Saudita.”</b> Roa Altaweli.</i><br />
<div style="text-align: justify;">
</div>
<br />
<div style="text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjKiX-MXige_X-zi9S2LyhK_tVPincYPtq9TYkpegUFvZ83j1vdRk4OVe3-Gx6fnTkJR7-ajnbL2_hC0_eMzkfFrgsBQJqeA-2vm2ZbWi5CqxCYtfhQTMOGi1hOYqqbtKqgVe-gYV4_k2I/s1600/saudi-6.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="810" data-original-width="1167" height="222" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjKiX-MXige_X-zi9S2LyhK_tVPincYPtq9TYkpegUFvZ83j1vdRk4OVe3-Gx6fnTkJR7-ajnbL2_hC0_eMzkfFrgsBQJqeA-2vm2ZbWi5CqxCYtfhQTMOGi1hOYqqbtKqgVe-gYV4_k2I/s320/saudi-6.jpg" width="320" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<i><b>“É a melhor sensação de sempre. Posso conduzir para o trabalho, posso levar as minhas crianças, posso viajar pelo meu país”</b>, conta uma outra mulher, Samar Almogren, à BBC. </i></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<br />
<div style="text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi0m9hZvr0bv6EdvcxVx-xEmoXnQkeXk74yjOtOLcSlmDy1e6EgQqBs9ZQN8_jRcRQ7uG2nPtZsWd-RTti0bTkUSinsX9Igr_Fn5U-U9Wtotd5-kAMKHE2_i2ci8FfZDXp-CgR23A32sDU/s1600/saudi-4.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="816" data-original-width="1215" height="214" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi0m9hZvr0bv6EdvcxVx-xEmoXnQkeXk74yjOtOLcSlmDy1e6EgQqBs9ZQN8_jRcRQ7uG2nPtZsWd-RTti0bTkUSinsX9Igr_Fn5U-U9Wtotd5-kAMKHE2_i2ci8FfZDXp-CgR23A32sDU/s320/saudi-4.jpg" width="320" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<i><b>“É o nosso direito e finalmente podemos usufruir dele. É só uma questão de tempo até que a sociedade o aceite, de uma forma geral”</b>, disse à Reuters Samira al-Ghamdi, de 47 anos, enquanto conduzia para o trabalho.</i></div>
Valéria Fernandeshttp://www.blogger.com/profile/01316913573572493872noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2324891926870392263.post-40871418138131376002018-06-02T22:22:00.000-03:002018-06-02T22:22:15.220-03:00Faz 80 Dias que mataram Marielle! Quem a matou?<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhMSYFaX1xICCdflwy2rx1WEp9lDx0Rz1xyzdh-Z-XgKSAKAhfhDGWHWe_ZqZ5nCJdpWFSZ7dVDntZHFzgxhOdyRh7H2ZXi1wqDGjWJZyyCfHg6jDjd-XHaYCuXHsNZRWAMtQqEZCpXaBU/s1600/marielle-franco2.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1000" data-original-width="1500" height="213" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhMSYFaX1xICCdflwy2rx1WEp9lDx0Rz1xyzdh-Z-XgKSAKAhfhDGWHWe_ZqZ5nCJdpWFSZ7dVDntZHFzgxhOdyRh7H2ZXi1wqDGjWJZyyCfHg6jDjd-XHaYCuXHsNZRWAMtQqEZCpXaBU/s320/marielle-franco2.jpg" width="320" /></a></div>
<span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px;"><br /></span>
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px;"><i>Faz 80 Dias que mataram Marielle. Foi uma execução, um crime político, que vitimou, também, o motorista Anderson. Quem matou Marielle? E o papo de que a polícia resolveria o caso rápido? Não devemos esquecer. Não podemos esquecer.</i></span></div>
Valéria Fernandeshttp://www.blogger.com/profile/01316913573572493872noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2324891926870392263.post-73880129985569646732017-07-12T10:29:00.001-03:002017-07-12T10:29:52.040-03:00Algumas palavras sobre o protesto das senadoras ontem<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<br />
<div style="text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEginV48ZeusByRdKrflDgRfPZJXMuXuHB1MYBkAU3aLP4ccPCjEDr4EEBjfKhhxjET_YpxczIF-ukIKoa2kYJm8TsqQleHFTgpFO4-BG1lDqpcyRTIP5x2kRqnkWPAwP8JkAcnKwqWb18Y/s1600/senadoras-senado-as-escuras1.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="500" data-original-width="940" height="170" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEginV48ZeusByRdKrflDgRfPZJXMuXuHB1MYBkAU3aLP4ccPCjEDr4EEBjfKhhxjET_YpxczIF-ukIKoa2kYJm8TsqQleHFTgpFO4-BG1lDqpcyRTIP5x2kRqnkWPAwP8JkAcnKwqWb18Y/s320/senadoras-senado-as-escuras1.jpg" width="320" /></a><br />
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<i>As senadoras de oposição, que até ano passado eram governo, ocuparam a mesa diretora do senado e <a href="https://glo.bo/2tMpS6T">atrasaram</a> a votação da nossa (contra)reforma trabalhista. Elas não podiam fazer mais que isso e seus colegas homens não as apoiaram, ou, pelo menos, nada vi a esse respeito. Enfim, desde ontem, as senadoras estão sendo demonizadas na mídia por homens, porque queriam <a href="https://glo.bo/2sPL3Ul">garantir os direitos e proteção</a> das mulheres e seus filhos lactantes. Era esse o motivo, nada iria barrar a reforma como um todo, desejavam uma pequena mudança no texto que garantisse que mulheres grávidas e amamentando não pudessem trabalhar em ambiente perigoso ou insalubre. </i><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<br />
<div style="text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<i style="text-align: justify;"></i><br />
<div align="justify">
<i style="text-align: justify;">A velha CLT garantia segurança para grávidas e lactantes, o texto previamente aprovado na Câmara dos Deputados tinha sido <a href="http://bit.ly/2udNFiA">criticado pela negligência criminosa</a>. Um dos muitos retrocessos, enfim. Mas, são só mulheres e crianças (*que recebem seu leite, que estão em suas barrigas*) quem se importa com elas? Só quando é para proibir o direito de aborto é que os ânimos se inflamam. Aí, tenha certeza de que todos os homens "de deus" vão berrar bem alto. Contra quem? As próprias mulheres, pois elas não podem ser donas de seus corpos e os homens, esses mesmos que não se importam se elas correm perigo mesmo grávidas, sabem o que é melhor para elas.</i></div>
<i style="text-align: justify;">
</i><br />
<div style="text-align: justify;">
<i><br /></i></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEimBD13KJGYzhVCkptotnzWmgRG_B6E8Na14IcS43XjTo3gDQAt3OAlLd3hlyMZwxWlh1eSVdAOPlorcalGBzockTYkleUXI1tHNM3lK8o2JxHUtQxwtmozyxph_ypdWO5jQdCrjWsYxMU/s1600/images-cms-image-000552445.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="357" data-original-width="1000" height="114" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEimBD13KJGYzhVCkptotnzWmgRG_B6E8Na14IcS43XjTo3gDQAt3OAlLd3hlyMZwxWlh1eSVdAOPlorcalGBzockTYkleUXI1tHNM3lK8o2JxHUtQxwtmozyxph_ypdWO5jQdCrjWsYxMU/s320/images-cms-image-000552445.jpg" width="320" /></a></div>
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>Ver os velhos políticos e jornalistas homens de direita, ou governistas, ou ligados ao <a href="http://bit.ly/2t3In9X">lobby empresarial</a> criticando as senadoras não me surpreende. A reforma estava aprovada, nada fora um levante popular, talvez (*Há! Há! Há!*) poderia evitá-la nesse momento. O problema foi ver mulheres, amigas, repassando no Facebook textos e memes de escritos também por homens de esquerda <b>BABACAS</b> e <b>MACHISTAS</b> fazendo pouco caso das senadoras. Alguns até responsabilizando-as, porque elas, as senadoras, supostamente não tinham apoiado a greve geral (!!!) e que a saída seria a revolução. Só digo uma coisa, a RadFem que dormita dentro de mim (*porque, sim, concordo e muito com o chamado feminismo radical*) diria o seguinte a revolução sonhada pelos machos dificilmente será a nossa. E usei "dificilmente", porque há algo de otimista dentro de mim.</i></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<br />
<div style="text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj62RYlnd9ESHJWaEKwNopA84fI8JJKRuHgrF6wM9urANQ9lLJ3z2TLU2kPQ0yRBIBPNTBkF4ytXqlf_KyyOIvOqJS34zwQHMFjNr-d-y-D3v3Jb-LXh-EiOKDbW_FxUQ3UA32IP4D0j80/s1600/DEdMO_SXsAE26w_.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="188" data-original-width="591" height="101" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj62RYlnd9ESHJWaEKwNopA84fI8JJKRuHgrF6wM9urANQ9lLJ3z2TLU2kPQ0yRBIBPNTBkF4ytXqlf_KyyOIvOqJS34zwQHMFjNr-d-y-D3v3Jb-LXh-EiOKDbW_FxUQ3UA32IP4D0j80/s320/DEdMO_SXsAE26w_.jpg" width="320" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<i>Ora, se perdemos direitos trabalhistas, que dificilmente serão recuperados, é culpa de uma maioria de homens brancos (*ou que se veem e são vistos e tratados como tal*) e ricos no Congresso que definem o futuro desse país. Há mulheres que votaram na reforma, deputadas e senadoras de partidos de direita ou de aluguel, uma ou outra, talvez, patrocinada pelo patronato, mas o mísero voto das poucas mulheres no legislativo brasileiro não define votação dessa monta, nem são elas as chamadas a falar sobre a atual conjuntura do país. Afinal, elas não lideram nada, nem na política, nem nos esquemas de corrupção, nem em seus partidos. Mesmo que presidentas, e o PT tem uma presidenta, agora, só para citar um exemplo, o partido continua dominado pelos interesses e prioridades ditadas por homens.</i></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>O pouco que elas, <b>Gleisi Hoffmann (PT-PR), Fátima Bezerra (PT-RN), Ângela Portela (PT-ES), Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), Lídice de Mata (PSB-BA), Regina Sousa (PT-PI) e Kátia Abreu (PMDB-TO)</b></i><i>, fizeram ontem, foi o que pode ser feito nesse ambiente golpista em que vivemos agora. Será que você, amiga que repassa essas coisas, memes e textos desses caras de esquerda debochando delas, realmente crê no que repassa? Acredita que essa utópica revolução desses caras vai pensar em nós ou nos mandará esperar, porque, afinal, há questões maiores a definir?</i></div>
<br />
<div style="text-align: center;">
</div>
<br />
<i></i><br />
<blockquote class="twitter-tweet" data-lang="en">
</blockquote>
<br />
<div dir="ltr" lang="pt">
</div>
<br />
<i>Economia tem que ser eficiente, não justa.</i><br />
<i>— Cristovam Buarque (@Sen_Cristovam) <a href="https://twitter.com/Sen_Cristovam/status/884584444434186240">July 11, 2017</a></i><br />
<i></i><br />
<div style="text-align: justify;">
<i>Terminando, meu senador, o voto do qual mais me arrependo nessa vida (*E olha que votei em Garotinho quando tinha 17 anos*), Cristovam Buarque, votou a favor. E ainda disse no Twitter que economia não precisa ser justa, precisa ser eficiente. Em prol disso, da tal "eficiência" se pode matar, anotem aí. Eu sinto nojo dele, vergonha de alguém que eu imaginava acima da média dos políticos brasileiros, ainda que dado a uns rompantes ridículos. Enfim, Reguffe, aqui do DF, votou contra. Ele não teve meu voto na eleição passada, porque se colocou abertamente contra qualquer discussão sobre direito de aborto. A Katia Abreu, aquela que se tornou a amiga simbólica que qualquer um gostaria de ter no desfecho da queda de Dilma, também, votou contra. Acho que algo de realmente bom aconteceu com essa mulher. Espero que repense outras coisas, também, ela ajudou na ocupação da mesa, ela, que é do PMDB, não precisava se expôr.</i></div>
Valéria Fernandeshttp://www.blogger.com/profile/01316913573572493872noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2324891926870392263.post-81796836063912924222017-03-30T07:20:00.001-03:002017-03-30T07:20:30.948-03:00Uma História de Terror do Século XXI<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh4Q-TkkdiJM5mST9QGeY6gjrpDoJTrCPdRJyd7d4BuWVIXNJSs9QCJp3Fi47lKKYZnXdZMM9zMk9YzY5rVluEDAkw1S_lfJUIkbGemCJSJP8Tck6TxrpTStbhk-WUtL5Uhf7jHCjj4LEk/s1600/download+%25281%2529.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh4Q-TkkdiJM5mST9QGeY6gjrpDoJTrCPdRJyd7d4BuWVIXNJSs9QCJp3Fi47lKKYZnXdZMM9zMk9YzY5rVluEDAkw1S_lfJUIkbGemCJSJP8Tck6TxrpTStbhk-WUtL5Uhf7jHCjj4LEk/s1600/download+%25281%2529.png" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<i><br /></i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>Não acho que vivemos um dos melhores momentos da história da humanidade e esse já é um ponto de partida pessimista para este breve texto. Agora, às vezes, a gente se depara com umas notícias tão surreais que mesmo já tendo lido muita coisa, acaba ficando impactada. E eu preciso escrever, preciso dividir essa pequena angústia. 2017, século XXI, e uma mulher de 36 anos é resgatada do cárcere privado no Ceará. Viveu por 16 anos em um cubículo, sem luz elétrica, nua, sem banheiro em sua cela, sendo alimentada duas vezes ao dia, ela já não era capaz de falar. Era mantida trancada à cadeado e quando vinham lhe dar banho, sempre tentava fugir. Tétrico, sem dúvida.</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i><br /></i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>Motivo do encarceramento? Ela engravidou aos 20 anos. O pai e o irmão não aceitavam uma mãe solteira na família e decidiram escondê-la. Quando o bebê nasceu, um menino, foi entregue para ser criado por outras pessoas. A moça estudava, tinha uma vida normal, mas "deu um mau passo", como minha avó, nascida em 1930, diria. Foi o suficiente para todo esse terror. Os relatos (*<a href="https://glo.bo/2nxDuA3">1</a>-<a href="http://bit.ly/2nxHtwm">2</a>*) falam que ela tinha ficado abalada pelo fim de um relacionamento. Normal, não é mesmo? A maioria das pessoas que namora, rompe, enfim, já ficou abalada. O filho veio de um rápido namoro posterior. Um acidente? Talvez e custou-lhe a juventude, atirou-lhe na prisão.</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i><br /></i></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgMXZTDopMBmbSnG4hNPRiTdJ2SBFCXm-PzgmsVnUU_LT1fzpbHga18gQifyMsGOUAXMIIY6nEStwD5UTTymQLusMvjbUWx52VYmHVrC0YPT4LAkSv_EkED_FNnxq-XmNckgWcuNyoWYic/s1600/quarto.jpeg.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="180" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgMXZTDopMBmbSnG4hNPRiTdJ2SBFCXm-PzgmsVnUU_LT1fzpbHga18gQifyMsGOUAXMIIY6nEStwD5UTTymQLusMvjbUWx52VYmHVrC0YPT4LAkSv_EkED_FNnxq-XmNckgWcuNyoWYic/s320/quarto.jpeg.jpg" width="320" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<i><br /></i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>Em que ano estamos de novo? É possível que o machismo seja tão perene, tão forte, que tais práticas persistam em nosso país? Será que ninguém deu por falta dela? No colégio ou faculdade? As amigas? Ninguém a procurou? Toda a cidadezinha era cúmplice? 16 anos! Quantos foram os cúmplices? O delegado já localizou o filho. Como se deu o acolhimento? A família "adotiva" não sabia de nada? Não estamos mais no século XIX, tampouco o Nordeste, ou mais especificamente o Ceará, vive em outra temporalidade. E, pior, poderia ocorrer em qualquer outro canto do Brasil, não se enganem. Não é o primeiro caso de cárcere privado de mulheres que leio, simplesmente, me pareceu o pior, o mais terrível. Vivemos um mundo de paradoxos. Modernidade e atraso, mas é mais fácil, ou menos difícil, que certas coisas aconteçam com as mulheres. </i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i><br /></i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>O problema são as motivações arcaicas do caso, que sinalizam a prevalência do status inferior das mulheres, do fato da frágil honra dos homens depender do controle dos corpos das mulheres. O responsável maior pela atrocidade, o irmão de 48 anos, está preso e pode pegar no máximo 8 anos de cadeia, mas eu duvido. O pai, talvez a mente por trás do encarceramento, teve sei lá quantos AVCs e não responde por si. A mãe da encarcerada, nunca concordou com o acontecido, mas se submeteu, se calou, não é o que o patriarcado exige? Submissa, adoeceu e está entrevada em uma cama. Seu único ato de resistência, segundo a matéria, foi adoece e parar de falar.</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i><br /></i></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhAjuSPnQiM5CMWlWEtyDfjKJtqbtWaIYKidl1JDYYCZET6YYn82MTk-eDU_SXYRqbyZvQqjJRm25_wA6I-gJo2ttZYP_O3zNHYQqGJJE-uXPEE82JkrTT6ELeKFIycQs-tqFzKMyxoR4w/s1600/uruburetama_2.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="179" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhAjuSPnQiM5CMWlWEtyDfjKJtqbtWaIYKidl1JDYYCZET6YYn82MTk-eDU_SXYRqbyZvQqjJRm25_wA6I-gJo2ttZYP_O3zNHYQqGJJE-uXPEE82JkrTT6ELeKFIycQs-tqFzKMyxoR4w/s320/uruburetama_2.jpg" width="320" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<i><br /></i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>Eu fiquei me sentindo mal. É fácil encher a boca e falar que nos rincões do Afeganistão, em um vilarejo perdido da Índia, em uma comunidade tribal em algum canto da África, as mulheres passam poucas e boas. É aviltante, mas aceitável, pegar o livro Princesa e ler que um pai na Arábia Saudita mandou encarcerar a filha rebelde, mas, aqui, no Brasil, podemos ser uma terra de feminicídios, mas não somos tão arcaicos. Somos, podemos ser. Está aí. E as fotos da prisão só me fazem imaginar o desespero desta mulher.</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i><br /></i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>Desculpem, mas precisava comentar, chorar. Eu sou mulher e feminista. O sofrimento de qualquer mulher é meu sofrimento, também. E eu só posso imaginar e imaginar já dói. Eu tenho uma menina de três anos. É terrível pensar que ela possa ser tirada de mim Torço para que haja punição pelo menos para o irmão, mas qualquer que seja, nada, nada vai compensar os anos roubados dessa mulher, o direito de maternar que lhe foi tirado, a desumanização, enfim. Nada.</i></div>
Valéria Fernandeshttp://www.blogger.com/profile/01316913573572493872noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2324891926870392263.post-35604853152319419232017-03-19T13:58:00.001-03:002017-03-19T13:58:40.947-03:00Maternidade obrigatória <div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgTzvQA5x9VFhZyG3OLpU0LB33ETCg1RQN65C8tLC9Og4349Vs8QxSyoQ_6_rXp8GzvmfU0XBt4Jt6KTibfOv1MQ4wLzPYWwbHy_BkAKc91W36-KbJ2NPnA0qi1slNwjIk081-pxda8dMY/s1600/http-%25252F%25252Fi.huffpost.com%25252Fgen%25252F4347584%25252Fimages%25252Fn-WOMEN-PREGNANT-ILLUSTRATION-628x314.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="168" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgTzvQA5x9VFhZyG3OLpU0LB33ETCg1RQN65C8tLC9Og4349Vs8QxSyoQ_6_rXp8GzvmfU0XBt4Jt6KTibfOv1MQ4wLzPYWwbHy_BkAKc91W36-KbJ2NPnA0qi1slNwjIk081-pxda8dMY/s320/http-%25252F%25252Fi.huffpost.com%25252Fgen%25252F4347584%25252Fimages%25252Fn-WOMEN-PREGNANT-ILLUSTRATION-628x314.jpg" width="320" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<i><br /></i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>O canal do Dr. Drauzio Varella tem uma seção chamada <a href="http://bit.ly/2mJkrSd">Cabine</a> e foi postado lá este vídeo muito interessante:</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i><br /></i></div>
<div style="text-align: center;">
<i><iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="315" src="https://www.youtube.com/embed/H2rIZcV21ok" width="560"></iframe></i></div>
<div style="text-align: center;">
<i><br /></i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>A discussão é sobre maternidade compulsória, a crença de que é o "destino" de todas as mulheres serem mães e seguindo o percurso "natural" casar (*porque sem casar, é "puta", né?*), engravidar, ter a criança e a ela se dedicar sempre com um sorriso nos lábios, sem sequer poder contar com o apoio externo, do pai, só uma "ajudinha". Enfim, assistam e dêem uma olhada nos vídeos da seção Cabine, são ótimos.</i></div>
Valéria Fernandeshttp://www.blogger.com/profile/01316913573572493872noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2324891926870392263.post-37604441744177161272016-11-30T22:00:00.000-02:002016-11-30T22:00:10.365-02:00"(...) a mulher que suporta o ônus integral da gravidez": comentando a decisão histórica do STF em relação ao aborto no Brasil<div class="tr_bq" style="text-align: justify;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiqVCs2tu_M-mlQOLhrgZfP9NCvoDW2R8-THpiu0l7pkM5KbR3tRE7_TO7_KwpLkXwM8Rg79P0YfCy2SmBVx5uBsmy7wDCtmZRRKVN3FqDoJLbnsQNwiJXf98WHMuFKiqw_JwcwPjxuKw/s1600/Protesto_pro_escolha_aborto_2012.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="212" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiqVCs2tu_M-mlQOLhrgZfP9NCvoDW2R8-THpiu0l7pkM5KbR3tRE7_TO7_KwpLkXwM8Rg79P0YfCy2SmBVx5uBsmy7wDCtmZRRKVN3FqDoJLbnsQNwiJXf98WHMuFKiqw_JwcwPjxuKw/s320/Protesto_pro_escolha_aborto_2012.jpg" width="320" /></a></div>
<i><br /></i>
<i>No meio de tantas notícias ruins, a <a href="http://bit.ly/2fN11Hv">PEC 55</a> passou de lavada no Senado, a<a href="http://bit.ly/2fFJcPt">s dez medidas contra a corrupção foram desfiguradas</a> na Câmara, apareceu uma luzinha no fim do túnel. Bom enfatizar "luzinha", porque muita gente acordou acreditando que o aborto até os três meses de gestação (*12 semanas*) está liberado no Brasil. Vamos por partes...</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i><br /></i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>Ontem, a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que que são inconstitucionais os artigos do Código Penal que criminalizam o aborto até a terceira semana de gravidez. No entanto, esta decisão só se aplica diretamente ao caso dos médicos presos em 2013 em uma <a href="http://bit.ly/2g8lPdA">clínica de abortos de Duque de Caxias</a>, no Rio de Janeiro. Os médicos e funcionários (*até uma faxineira foi presa*) já estavam soltos desde 2014 por liminar concedida pelo ministro Marco Aurélio de Mello. Este mesmo ministro teve papel fundamental na descriminalização (*ou despenalização, segundo algumas leituras*) do aborto em <a href="http://bit.ly/HIsBUk">caso de anencefalia</a>. Para ele, não havia razão para manutenção da prisão preventiva dos profissionais. Concordo com ele.</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i><br /></i>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhm9QS2N6kkF5KxyejWua9_1I1NLDkxxWmvWeBPaBHcTaXcAciE-VSl-zVgWcHeLYYTHtuoziyQXT-90DEmcPX5rrsNpHaierCCvnkF7jdsA0svHhyBcN_K-B_Kue5Az1g_m2uMY6TvYA/s1600/28d0048f-10a7-4c6a-89de-c40edf0d323a.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="213" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhm9QS2N6kkF5KxyejWua9_1I1NLDkxxWmvWeBPaBHcTaXcAciE-VSl-zVgWcHeLYYTHtuoziyQXT-90DEmcPX5rrsNpHaierCCvnkF7jdsA0svHhyBcN_K-B_Kue5Az1g_m2uMY6TvYA/s320/28d0048f-10a7-4c6a-89de-c40edf0d323a.jpeg" width="320" /></a></div>
<i><br /></i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>O caso continuou no Congresso e, desta vez, coube ao ministro Luís Roberto Barroso dar o voto histórico e resumir bem a situação desesperadora de muitas mulheres, a discriminação que sofremos, já que não somos sequer donas de nossos corpos, e tudo mais que a criminalização do aborto produz. Como a <a href="http://bit.ly/2gWGeGE">Carta Capital</a> postou vários trechos do voto do ministro, a leitura será longa. Devo dar ênfase a alguns pontos:</i></div>
<blockquote style="text-align: justify;">
<b><span style="color: #cc0000;"><i>Autonomia da mulher</i><i><br /></i><i><br /></i><i>“<u>Como pode o Estado</u> – isto é, um delegado de polícia, um promotor de justiça ou um juiz de direito – <u>impor a uma mulher, nas semanas iniciais da gestação, que a leve a termo, como se tratasse de um útero a serviço da sociedade, e não de uma pessoa autônoma</u>, no gozo de plena capacidade de ser, pensar e viver a própria vida?”</i><i><br /></i><i><br /></i><i>Integridade física e psíquica</i><i><br /></i><i><br /></i><i>“A integridade física é abalada porque é o corpo da mulher que sofrerá as transformações, riscos e consequências da gestação. Aquilo que pode ser uma bênção quando se cuide de uma gravidez desejada, transmuda-se em tormento quando indesejada.” (...) </i><i>“A integridade psíquica, por sua vez, é afetada pela assunção de uma obrigação para toda a vida, exigindo renúncia, dedicação e comprometimento profundo com outro ser. Também aqui, o que seria uma bênção se decorresse de vontade própria, pode se transformar em provação quando decorra de uma imposição heterônoma. <u>Ter um filho por determinação do direito penal constitui grave violação à integridade física e psíquica de uma mulher.</u>”</i><i><br /></i><i><br /></i><i>Igualdade de gênero</i><i><br /></i><i><br /></i><i>“<u>A histórica posição de subordinação das mulheres em relação aos homens institucionalizou a desigualdade socioeconômica entre os gêneros e promoveu visões excludentes, discriminatórias e estereotipadas da identidade feminina e do seu papel social</u>. <u>Há, por exemplo, uma visão idealizada em torno da experiência da maternidade, que, na prática, pode constituir um fardo para algumas mulheres.</u>” (...) </i><i>“Na medida em que <u>é a mulher que suporta o ônus integral da gravidez</u>, e que o homem não engravida, somente haverá igualdade plena se a ela for reconhecido o direito de decidir acerca da sua manutenção ou não.”</i><i><br /></i><i><br /></i><i>Direitos sexuais e reprodutivos</i><i><br /></i><i><br /></i><i>“<u>O direito das mulheres a uma vida sexual ativa e prazerosa, como se reconhece à condição masculina, ainda é objeto de tabus, discriminações e preconceitos</u>. Parte dessas disfunções é fundamentada historicamente no papel que a natureza reservou às mulheres no processo reprodutivo. Mas <u>justamente porque à mulher cabe o ônus da gravidez, sua vontade e seus direitos devem ser protegidos com maior intensidade.</u>”</i><i><br /></i><i><br /></i><i>Discriminação social</i><i><br /></i><i><br /></i><i>"<u>Por meio da criminalização, o Estado retira da mulher a possibilidade de submissão a um procedimento médico seguro. Não raro, mulheres pobres precisam recorrer a clínicas clandestinas sem qualquer infraestrutura médica ou a procedimentos precários e primitivos, que lhes oferecem elevados riscos de lesões, mutilações e óbito.</u>"</i><i><br /></i><i><br /></i><i>Início da vida</i><i><br /></i><i><br /></i><i>"De um lado, [há] os que sustentam que existe vida desde a concepção, desde que o espermatozoide fecundou o óvulo, dando origem à multiplicação das células. De outro lado, estão os que sustentam que antes da formação do sistema nervoso central e da presença de rudimentos de consciência – o que geralmente se dá após o terceiro mês da gestação – não é possível ainda falar-se em vida em sentido pleno."</i><i><br /></i><i><br /></i><i>"Não há solução jurídica para esta controvérsia. Ela dependerá sempre de uma escolha religiosa ou filosófica de cada um a respeito da vida. Porém, <u>exista ou não vida a ser protegida, o que é fora de dúvida é que não há qualquer possibilidade de o embrião subsistir fora do útero materno nesta fase de sua formação. Ou seja: ele dependerá integralmente do corpo da mãe.</u>"</i></span></b></blockquote>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjY0MF9jeZIKUYucfBox-GAfaw48WLu4RN7vHhfzH6LvNV3CNzGW9GwJlZbzk4aWMSVmyxfv1d1uiKENHgkWkM5gMi_oNZB35koRs0o17WUPaFCWNOsYbY5vw11Dmv9eUsYtoYqnhgs9g/s1600/a71d1770-8162-442b-a02e-25093e0d52ff.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjY0MF9jeZIKUYucfBox-GAfaw48WLu4RN7vHhfzH6LvNV3CNzGW9GwJlZbzk4aWMSVmyxfv1d1uiKENHgkWkM5gMi_oNZB35koRs0o17WUPaFCWNOsYbY5vw11Dmv9eUsYtoYqnhgs9g/s320/a71d1770-8162-442b-a02e-25093e0d52ff.jpg" width="320" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<i><br /></i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>Acompanharam o voto de Barroso, os ministros Rosa Weber e Edson Fachin. Ainda no voto do ministro Barroso, <a href="http://bit.ly/2gWFlOm">segundo a Folha de São Paulo</a>, foi destacado que <b><span style="color: #cc0000;">"(...) os principais países democráticos e desenvolvidos, como Estados Unidos, Alemanha, Reino Unido, Canadá, França, Itália, Espanha, Portugal e Holanda, não criminalizam o aborto na fase inicial da gestação. O prazo de três meses foi tirado da comparação com esses países."</span></b>. Sim, ao contrário do que muitos Pró-Vida afirmam, o direito de interrupção da gravidez em países que permitem o aborto segue regras e coisas como abortar aos nove meses (*Trump soltou uma dessas em um dos debates com Hillary Clinton*), é fruto da ignorância, ou mentira deliberada.</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i><br /></i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>De qualquer forma, apesar do aspecto positivo para os direitos das mulheres desta decisão, não representa o Supremo como um todo. Como bem esclareceu o site <a href="http://bit.ly/2fSFelf">AZMina</a>, uma turma tem 5 ministros, não 11, como o STF. Os ministros Marco Aurélio e Luiz Fux votaram pela liberdade dos presos, mas não se pronunciaram sobre o aborto. De qualquer forma, a decisão acendeu a luz vermelha no Congresso e o ilustríssimo presidente tampão, Rodrigo Maia (DEM), no meio da madrugada, criou uma <a href="http://bit.ly/2fMTuZn">comissão especial</a> para discutir a questão e a pertinência da decisão do Supremo que, segundo ele, está legislando. </i></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg9mnJhnVfZ83E-fITgc-rwYilh8C1LpDQBwYndoD25nxeXwcskaECU7deyR3AuQ3WwJXUvb1qQp_ywXb5aQv7TNLgz4A4t6eB4fbP7PvmF9vwJ4auzkXfbQU4e7Ndfw2UKKLZdxuWRFg/s1600/pro_escolha_nao_pro_aborto_caneca_transmutacao-r01292886991b4d05a5a009aeaf1dfb72_x7j1i_8byvr_324.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg9mnJhnVfZ83E-fITgc-rwYilh8C1LpDQBwYndoD25nxeXwcskaECU7deyR3AuQ3WwJXUvb1qQp_ywXb5aQv7TNLgz4A4t6eB4fbP7PvmF9vwJ4auzkXfbQU4e7Ndfw2UKKLZdxuWRFg/s320/pro_escolha_nao_pro_aborto_caneca_transmutacao-r01292886991b4d05a5a009aeaf1dfb72_x7j1i_8byvr_324.jpg" width="320" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>Trocando em miúdos, o Congresso está questionando a competência do Judiciário em decidir o que é, ou não, constitucional, afinal, é preciso atender à bancada evangélica e outros religiosos (*O Estatuto do Nascituro, por exemplo, é de autoria de um deputado espírita kardecista*). São os tempos tenebrosos que vivemos. Enfim, o medo é que no</i><i> próximo dia 7, o plenário do Supremo conceda o direito de aborto para mulheres infectadas pelo vírus da zika. Resumindo, foi uma vitória do bom senso, mas só mesmo em um país enlouquecido, como está o nosso, alguém poderia afirmar que o aborto foi descriminalizado em nosso país. Gerou-se um precedente, mas precedente pode não produzir legislação. Obviamente, a decisão de Barroso e sua fala foram impressionantes.</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i><br /></i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>Ainda falando de aborto, o Papa Francisco, essa criatura que estranhamente deve ser o líder progressista mais importante do mundo hoje, autorizou o clero católico a <a href="http://bit.ly/2gmoQKv">conceder o perdão para mulheres que abortaram</a>. <b>"Como assim? Ele não tem o direito de decidir..."</b> Calma, tente entender que, para muitas mulheres católicas, esse ato papal é um alento. Tente compreender, também, que no momento em que vivemos e levando-se em consideração as condições de produção do próprio Francisco, este seu ato mostrou uma compassividade além do esperado. Ele não virou pró-escolha, obviamente, mas assumiu uma postura pró-acolhimento. Tenham certeza que ele só <a href="http://bbc.in/2g8r7WG">ganha o ódio</a> de muita gente dentro da próprio Igreja ao tomar atitudes assim. Enfim, eu me surpreendi e achei um passo e tanto, isso não o torna feminista, nem obriga nenhuma feminista a ver o papa como um sujeito legal , ou autoridade na sua vida, só para refletir na importância simbólica do ato. </i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i><br /></i></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhtnhQ7FoCmt36uMJZ0VGjL3T7XBT_L5v_F9qqo0F3wmv-8kU-g1_mURj5qRXeZdE9IwCPNKpQWqF9KEYkLe__KHe7_NDPN0qG65JsKBBHaMLni_JKzKLNn2HaJ3ySRXOuH1P3ZlGDOPw/s1600/593ea9f61c844435fb9947f180e35424.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhtnhQ7FoCmt36uMJZ0VGjL3T7XBT_L5v_F9qqo0F3wmv-8kU-g1_mURj5qRXeZdE9IwCPNKpQWqF9KEYkLe__KHe7_NDPN0qG65JsKBBHaMLni_JKzKLNn2HaJ3ySRXOuH1P3ZlGDOPw/s320/593ea9f61c844435fb9947f180e35424.jpg" width="320" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>De escandaloso e absurdo nesses casos é que sempre homens estejam decidindo o que as mulheres devem fazer com seus corpos, com seus úteros. Só por isso, já tiramos o quanto de desigualdade e tutela ainda havemos de vencer. Eu tenho uma menina de três anos, que foi desejada desde o primeiro momento, e gostaria muito que ela chegasse a sua idade reprodutiva sem ter que se preocupar com imposições estatais absurdas fruto da pressão de (falsos) moralistas e religiosos sobre suas escolhas, no máximo, que tivesse que se entender com sua própria consciência. É pedir muito?</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i></i></div>
Valéria Fernandeshttp://www.blogger.com/profile/01316913573572493872noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2324891926870392263.post-88023223785099087672016-08-25T06:40:00.000-03:002016-08-25T06:40:31.187-03:00A perseguição ao burkini é uma forma de violência contra as mulheres<div style="text-align: justify;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiRkS67QJJ9DxvG4AH9b45O9rnJpMdKoxQo_UBhSSPn7J8XJl7j9xqN2ju19JeKbgAJ3XUq2L3_d96npWbeUBkUVaRs1qGxWKTbOrapdCb9n8C_fd6YXjAcgewzhx9qG5OdT6Iu-HiGzA/s1600/3785A72A00000578-3754395-image-a-35_1471979224583.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="213" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiRkS67QJJ9DxvG4AH9b45O9rnJpMdKoxQo_UBhSSPn7J8XJl7j9xqN2ju19JeKbgAJ3XUq2L3_d96npWbeUBkUVaRs1qGxWKTbOrapdCb9n8C_fd6YXjAcgewzhx9qG5OdT6Iu-HiGzA/s320/3785A72A00000578-3754395-image-a-35_1471979224583.jpg" width="320" /></a></div>
<i><br /></i>
<i>Nos últimos dias, a polêmica em torno da proibição do burkini, uma roupa de banho pensada por uma mulher muçulmana para atender às necessidades de outras mulheres da mesma fé (*e de quem mais quiser usar*), nas praias de <a href="http://glo.bo/2bR59Xx" target="_blank">Cannes</a> e em <a href="http://glo.bo/2bHX2wV" target="_blank">outras regiões</a> da França despertou polêmica. Segundo a legislação baixada por homens, a roupa de banho é inapropriada e está em desacordo com os costumes do país. Existe roupa certa para ir à praia? Enfim, parece que existe.</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i><br /></i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>Abalada por uma série de atentados, o país parece particularmente sensível em relação aos muçulmanos, especialmente, aqueles que podem ser identificados como tal. Nesse sentido, as mulheres muçulmanas que usam qualquer roupa que as identifique como tal, seja o simples véu (hijab), ou outro símbolo qualquer, como o burkini, se tornam alvo preferencial de agressores e, como se vê nesse momento, legisladores preocupados com os bons costumes.</i><br />
<i><br /></i></div>
<div style="text-align: justify;">
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiNi9kEL3umx0kO0WK_h1-2D_2NeLZwTJfo2PtnLXfDmBFyhZ1PGJHVOfhcAWr5JD55rB3xIBfMU1LN6kWciM3NizYXkXeFjMQsT_mNr1I1wjHW6BG-ex5BlR09qrUP-NVF9DZdhmn1CA/s1600/hijab.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="117" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiNi9kEL3umx0kO0WK_h1-2D_2NeLZwTJfo2PtnLXfDmBFyhZ1PGJHVOfhcAWr5JD55rB3xIBfMU1LN6kWciM3NizYXkXeFjMQsT_mNr1I1wjHW6BG-ex5BlR09qrUP-NVF9DZdhmn1CA/s320/hijab.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b><i>Seqüência da humilhação.</i></b></td></tr>
</tbody></table>
</div>
<div style="text-align: justify;">
<i>Eu pensava em escrever alguma coisa sobre a questão, mas estava e estou sem tempo, no entanto, o incidente acontecido em Nice, cidade do horrendo atentado em que um homem muçulmano atropelou com um caminhão centenas de pessoas que estavam assistindo aos fogos do 14 de julho, me deixou realmente chocada. Uma dona de casa de 34 anos, ex-comissária de bordo, estava com os filhos na praia. <a href="http://ind.pn/2c9JOw3">Abordada por quatro policiais</a>, ela foi multada em 11 euros. Não satisfeitos, as quatro autoridades obrigaram a mulher a se despir de parte de suas roupas na frente de todos e assistida por seus filhos pequenos em prantos. Algumas pessoas que viam o espetáculo gritavam "Vão para casa!" e "Somos católicos!". Horror total.</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i><br /></i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>A cena me trouxe a mente coisas como policiais, sempre homens, medindo o comprimento de roupas de banho de mulheres nos anos 1920 e 1930, até as judias sendo obrigadas a se despir na frente de guardas homens ao chegarem nos campos de concentração ou extermínio nazistas, ou ainda as iranianas compelidas pela violência física ou verbal a usarem o véu nos tempos da Revolução Islâmica Iraniana. Violência contra as mulheres no seu nível mais básico, porque impotente diante da autoridade, as mulheres se veem reduzidas aos seus corpos que devem, ou ser escondido, ou ser despido, para a satisfação dos poderes patriarcais instituídos. </i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i><br /></i>
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjshb-vFaCOmpclwaGxM_z8xkQuIgtMsrz_J4v4kj0sAiUzqB7FoEqtQdjVUyZGDlu-2RhW4x9E487hrVQNRcac6BS0-cMzqYrbqzsAtkMQeBnEswCXC4rFa34bkhQf_MDP5G8S79UOng/s1600/burkini.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjshb-vFaCOmpclwaGxM_z8xkQuIgtMsrz_J4v4kj0sAiUzqB7FoEqtQdjVUyZGDlu-2RhW4x9E487hrVQNRcac6BS0-cMzqYrbqzsAtkMQeBnEswCXC4rFa34bkhQf_MDP5G8S79UOng/s320/burkini.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b><i>Jovem surfista da Califórnia.</i></b></td></tr>
</tbody></table>
</div>
<div style="text-align: justify;">
<i>Eu entendo e apoio a <a href="http://glo.bo/2biiCVZ" target="_blank">proibição do niqab e da burka</a>, aquilo que chamamos de véu integral, por roubarem das mulheres a sua identidade, o seu rosto. Sei que a proibição está muito mais ligada a <a href="http://bit.ly/2bIiEJF" target="_blank">preocupações de segurança</a> do que propriamente interesse pelos direitos humanos das mulheres, mas vá lá, eu compreendo e acredito que seja justo. Eu apoio a lei que proíbe o uso de <a href="http://bit.ly/2bkC6sE" target="_blank">símbolos religiosos ostensivos nas escolas públicas</a> como forma de resguardar a secularidade e promover a socialização. Há escolas particulares para quem considera essas questões fundamentais, fora que fundamentalistas nunca estão satisfeitos, pedem uma unha e, logo, logo, lhe pediram o pé inteiro, ou a perna. Agora, qual o mal no tal burkini?</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i><br /></i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>A criadora da peça, a estilista Aheda Zanetti, nascida no Líbano e residente na Austrália, <a href="http://bit.ly/2bRdOcn" target="_blank">criou a peça para dar liberdade</a> às mulheres muçulmanas que não desejavam (*ou podiam*) usar biquínis ou maiôs convencionais de se divertirem na praia. Algumas dessas mulheres se viam privadas, por suas crenças pessoais, ou por pressão da comunidade, de praticarem uma série de atividades. O burkini aparece como uma opção espetacular. A criadora, inclusive, partiu da sua própria experiência como menina e adolescente muçulmana castrada de uma série de atividades por ser mulher e somente por isso. A peça se tornou famosa, aliás, ao ser adotada por mulheres muçulmanas que se tornaram <a href="http://wapo.st/2bijqKL" target="_blank">salva-vidas nas praias australianas</a>. </i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i><br /></i>
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgQuoLV-h4SdDjmXUTBrVwRCbBHCLghbQPofCUVp6F6T9HE0Hbl522zEVpBXlm0_l27HN3k9_4S_AY31OxiydM-EaHT02BsdLMQQci0WSSBaCxRBDYhcb8Xazn5hsrCcjadok2c2x_ewQ/s1600/1471621654162.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="180" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgQuoLV-h4SdDjmXUTBrVwRCbBHCLghbQPofCUVp6F6T9HE0Hbl522zEVpBXlm0_l27HN3k9_4S_AY31OxiydM-EaHT02BsdLMQQci0WSSBaCxRBDYhcb8Xazn5hsrCcjadok2c2x_ewQ/s320/1471621654162.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b>Aheda Zanetti, a criadora do burkini.</b></td></tr>
</tbody></table>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEge-eZImaKTaj8mJJrbvz1GkeQ7PYt8tjD7xoVTMoIJ5rA1LsjDN6aTDMAh8XXhAjmW_Yz6Pep_z9Sm2i6kMiAQkPfv3PMmk4ji_8EIsRZIvb9TPr9Ki8gRzpLjTQ4VnDh6rzo3JjN-AQ/s1600/gettyimages-73236269.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="213" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEge-eZImaKTaj8mJJrbvz1GkeQ7PYt8tjD7xoVTMoIJ5rA1LsjDN6aTDMAh8XXhAjmW_Yz6Pep_z9Sm2i6kMiAQkPfv3PMmk4ji_8EIsRZIvb9TPr9Ki8gRzpLjTQ4VnDh6rzo3JjN-AQ/s320/gettyimages-73236269.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b><i>A jovem salva-vidas que se tornou garota propaganda do burkini.</i></b></td></tr>
</tbody></table>
</div>
<div style="text-align: justify;">
<i>Em vários formatos e cores – basta procurar – o burkini tornou-se popular em vários países e é usado, também, por mulheres que desejam se proteger do sol. Enfim, ainda que por trás do uso do burkini também esteja as falsas premissas de modéstia que pesam sobre as mulheres, afinal, a depender da leitura religiosa monoteísta (*estou pensando dentro dela*) patriarcal, ou somos as sedutoras, ou os homens são os incontroláveis e, por um motivo, ou outro, cabe às mulheres esconderem seu corpo ou se absterem de certas atividades. Por exemplo, causou escândalo em Israel que um <a href="http://ind.pn/2bBZCCw" target="_blank">importante rabino ultra-ortodoxo</a> tenha ordenado que pais e mães proíbam que suas meninas maiores de 5 anos possam andar de bicicleta nas ruas, porque, bem, isso é imoral e pode despertar os desejos dos homens. É mais fácil, claro, castrar as meninas do que manter os pedófilos sob controle vitimizar os pedófilos.</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i><br /></i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>Voltando ao burkini, o que me faz simpatizar com a criadora é que ela tem completa noção das pressões que as mulheres muçulmanas sofrem e ela lhes oferece uma possibilidade. As fundamentalistas de verdade não irão usar o burkini, pois ou não irão à praia, para se misturar com os infiéis, ou entraram com seus chadors ou abayas, sem nem se importarem, isso, claro, se forem flexíveis. O burkini me parece, portanto, algo de mulher para mulher e preocupado com as suas necessidades muito mais do que com o olhar masculino. </i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i><br /></i>
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiwBdDrHU4Gu-xuHTvU9Vts6tBDWrn7RlxAGYEBlAOSGjjN9FFdFW_GkizJsdNKbihXNWtyO8RWW57TSOTaE6q3zU3mELFR1seK6rMouGUI8XNlb1mTYtQDLVgEoTJHbNbQgQPLNNiGLw/s1600/ex_lg_photo_black-turquoise.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiwBdDrHU4Gu-xuHTvU9Vts6tBDWrn7RlxAGYEBlAOSGjjN9FFdFW_GkizJsdNKbihXNWtyO8RWW57TSOTaE6q3zU3mELFR1seK6rMouGUI8XNlb1mTYtQDLVgEoTJHbNbQgQPLNNiGLw/s320/ex_lg_photo_black-turquoise.jpg" width="137" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b><i>Exemplo de roupa "modesta" <br />para fundamentalistas cristãos.</i></b></td></tr>
</tbody></table>
</div>
<div style="text-align: justify;">
<i>O burkini é o único caso de roupa de banho “religiosa”, por assim dizer? Não, entrem aqui na página da “<a href="http://bit.ly/2bktxhA" target="_blank">Wholesome Wear</a>”, que vende roupas de banho "que destacam seu rosto, não o seu corpo" (“Swimwear that highlights the face, not the body.”), e observem que fundamentalistas cristãs também têm opções. E, vejam bem, ao contrário do burkini, esse tipo de traje de banho se vende como algo que lhe torna melhor, superior, às outras mulheres. A Aheda Zanetti parece que nunca foi pega dizendo essas abobrinhas, mas só defendendo que mulheres e moças muçulmanas também têm direito de se divertir em paz... Até que vieram os franceses... </i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i><br /></i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>Não há justificativa para a proibição da peça, salvo se as autoridades acreditem que as mulheres são obrigadas a expor o seu corpo, afinal, este é um dever feminino. Obviamente, não é qualquer corpo, como as muitas propagandas nos ensinam, mas o corpo jovem e esguio, os demais não são lá muito aceitáveis, também. O que este caso todo está mostrando para o mundo é que existe, efetivamente, islamofobia, especialmente, em relação às mulheres (*coisa que eu já tinha dito na <a href="http://bit.ly/1muK7B1" target="_blank">resenha do livro do Charb</a>*). Motivo? Seja por opção pessoal (*e não vou discutir assujeitamento religioso aqui, OK? Adesão não significa falta de coerção*), ou por coerção do grupo (*família, comunidade, Estado*), elas são alvo fácil. </i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i><br /></i>
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEierIpawKRAB7YY-lv6NBkNPuIRTN1OXGNBe3jg9tfXLARkVniOJN2M7DncVbyo24jFRgdjmNFSJ7-DruAPjWKvDoKnBAigHN2oFt3nvjZJfIE9arnOZo6SwSjTRtHPKdookzbmS8k_kg/s1600/20160819172807998028o.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="170" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEierIpawKRAB7YY-lv6NBkNPuIRTN1OXGNBe3jg9tfXLARkVniOJN2M7DncVbyo24jFRgdjmNFSJ7-DruAPjWKvDoKnBAigHN2oFt3nvjZJfIE9arnOZo6SwSjTRtHPKdookzbmS8k_kg/s320/20160819172807998028o.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b><i>Alguém perguntou se ela queria usar o véu? <br />E se perguntada, ela poderia dizer a verdade?</i></b></td></tr>
</tbody></table>
</div>
<div style="text-align: justify;">
<i>Aliás, em tempos de Olimpíada, puseram para circular fotos de atletas iranianas antes e depois da Revolução Islâmica. A idéia, claro, era condenar o que temos hoje, mostrar o retrocesso. Para alguns, deveriam proibi-las de participar dos jogos. Aí, ninguém tira um segundo para pensar que elas, as atletas atuais, são umas guerreiras, porque, bem, ou elas usam o véu - e quem exige é o Estado - ou elas não podem praticar esportes. Mas é o Irã, então convém descer a lenha sem se perguntar como é que as coisas são na Arábia Saudita, por exemplo, que só muito recentemente <a href="http://fus.in/2bihlRB" target="_blank">começou a discutir a possibilidade</a> da educação física em escolas públicas para meninas. Do outro lado, a turma que vê empoderamento em tudo mostrando as atletas muçulmanas veladas e celebrando a diversidade. Concordo que foi muito bonita a foto das <a href="http://bit.ly/2bBT0Ek" target="_blank">duas atletas no vôlei de praia</a>, e uma egípcia usava véu e outra não usava. Só que elas deixaram claro que sem usar mangas e calças compridas, elas não podem jogar em seu país. Quais os limites da sua liberdade? Enfim, cuidado aí, porque duvido que a menina de 18 anos do Irã que <a href="http://bit.ly/2bQcx4g" target="_blank">levou bronze no taekwondo</a> preferia estar com ou sem véu. </i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i><br /></i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>Marcadas que são em seus corpos, afinal, a campanha recente é toda para fixar na nossa cabeça que muçulmana sem véu não é muçulmana de verdade, ainda que isso não se comprove no social, elas se tornam vulneráveis aos diversos ataques. E, agora, como o caso de Siam mostra, também, às piores humilhações. De novo, o que esse caso pavoroso expõe é que quem mais se preocupa em cobrir ou descobrir mulheres são os homens. E aí, vale despir ou vestir, e caberia aos homens definir o que é legítimo para as mulheres usarem, ou não usarem. Enquanto isso, claro, boa parte dos homens religiosos consegue se misturar sem grandes problemas, afinal, basta cercear a liberdade das suas mulheres para ganhar, ao que parece, pontos com a divindade.</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i><br /></i>
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhAkU9xLPzhDhEl0q2j719Oam_7m9Hr85oIeqUd9Ap1U4eVHEgvix2h7QIFXvvpmhkFc494KPOjFjTlTuDAYCx6dGaaczCJQsOwnYjUFaAjT9dXk4eCBYBBR2SNTVFX9DwJOl6-o__QFA/s1600/14051811_10154042470092730_7597492216178998365_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="245" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhAkU9xLPzhDhEl0q2j719Oam_7m9Hr85oIeqUd9Ap1U4eVHEgvix2h7QIFXvvpmhkFc494KPOjFjTlTuDAYCx6dGaaczCJQsOwnYjUFaAjT9dXk4eCBYBBR2SNTVFX9DwJOl6-o__QFA/s320/14051811_10154042470092730_7597492216178998365_n.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b><i>Esse quadrinho também me causa muita agonia.</i></b></td></tr>
</tbody></table>
</div>
<div style="text-align: justify;">
<i>E termino deixando o link para o <a href="http://bit.ly/2bDnSsn" target="_blank">texto de uma ex-muçulmana</a> sobre a questão e um trecho no qual ela fala da falsa simetria entre biquiniXburkini para quem não entendeu e fica repassando esse quadrinho acima como se tudo fosse a mesma coisa: <span style="color: #cc0000;"><b>“Quando a aceitação de uma mulher por parte da comunidade, seu respeito, dignidade, empregabilidade, possibilidades de casamento, segurança física, emancipação, a mobilidade social, acesso a instituições sociais, a liberdade, e autonomia no o seu dia-a-dia depender da inabalável adesão pública ao biquíni, então nós poderemos fazer essa comparação. Quando uma mulher não puder deixar sua casa vestindo outra coisa senão um biquíni sem ser considerada imoral e seu valor humano e honra familiar ficarem comprometidas, então nós poderemos fazer essa comparação. Quando existirem forças legais, sociais e extrajudiciais graves ligando a segurança, bem-estar, e meios de subsistência de uma mulher a sua adesão ao biquíni, então nós poderemos fazer essa comparação.”</b></span></i></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
Valéria Fernandeshttp://www.blogger.com/profile/01316913573572493872noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2324891926870392263.post-29132446341610757062016-05-29T17:14:00.000-03:002016-05-29T17:14:27.995-03:00Gang Rape in Rio de Janeiro and How we’re Dealing with it in Brazil<div style="text-align: justify;">
<i>A 16 year-old girl was raped by 33 men in Rio de Janeiro. They recorded the abuse and posted it, one of the man showed his face, <b>“She was impregnated by 30! By 30! You got it?”</b>, he said mocking. They showed her unconscious and bleeding, her face and genitals were exposed to the camera, they poked her, and one of them even posted a selfie with the unconscious victim. One of the “suspects” is her boyfriend. The incident got to the media, Twitter, Facebook and so on. </i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i><br /></i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>The wave of indignation started with the Feminists but after our deposed President (Dilma Rousseff) publicly showed her sympathy, the new president, Michel Temer, expressed his regret and told the media that a special section in our Federal Police would be created to deal with crimes against women. Funny to hear that from a man that extinguished all the ministries for minorities affairs, women and human rights. Well, well, police is working <b>BUT</b>…</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i><br /></i>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<i>In spite of the international outrage, the three suspects (*one of them the man who showed the face in the horrible video and posted the selfie) were just inquired and set free. The poor girl’s lawyer is now demanding the removal of the chief police officer in charge of the investigations. When the girl was inquired about the rape, he asked her if she used to be engaged in grupal sex activities and so on. In fact, sexism is dictating the whole investigation and it’s a shame for my conutry, but it’s happening now. The girl is a minor and poor, single mother, drug addicted (or used to be), and was an habituee at funk dance parties, for many people around here she deserved the rape or was asking for it. So sad, so shameful. I feel miserable and I know that it’ll not get better.</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i><br /></i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>For example, last week, an actor, former porno star and now a right-wing and meddling in politics, was received by the new Education Minister. This man was representing a project that aims the prohibition of any discussion about race, gender, violence or any “political” issue in classroom. This same man, some months ago, went to a (in) famous talk show and told the audience how he raped a woman. It was seen as just a fun fact of his life. And when a feminist activist demanded an explanation in her social medias was harassed and was sued by him for false allegations.</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i><br /></i>
<i>What I’m saying is our new Government is complacent with rapists. Don’t believe in any real move for this girl or any woman. They are a gerontocratic white male group that took the power and are ruling in the name of false conservative values, because real conservatives would never engage in converstions with self proclamed rapists, even when they refuse to openly admit this.</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i><br /></i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>P.S.: Não costumo postar em ingl^s e sei bem que o texto não apresenta a correção necessária, mas precisava escrever para ser lida em qualquer lugar do mundo. O que ocorreu e ainda está ocorrendo por aqui só mostra o quanto nós, mulheres, valemos pouco. Nossa palavra, aliás, vale nada. Nem mesmo as imagens chocantes que rodam pela internet até agora e as palavras ditas no vídeo são suficientes. O delegado responsável pelo caso não tem certeza de que houve estupro; a juíza a quem foi pedida a sua destituição não acredita que existam evidências de que ele não é o mais adequado para liderar as investigações. E seguimos assim. Eu tenho pouca esperança de que allgo efetivo aconteça com algum envolvido neste caso salvo a vítima.</i></div>
Valéria Fernandeshttp://www.blogger.com/profile/01316913573572493872noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2324891926870392263.post-38567964172256952582016-05-12T12:31:00.002-03:002016-05-12T13:31:55.333-03:00Dia triste na História do País<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgy0J7R_yx_kn19Arpg0j6kHI5q6f49IH7J9EF-mIS10NLaKIYjO7hJVJFs8ogs1c0-gF-8GF7BH8X4qTiBtFa6osZ5rYaSPauLSmk-4FLdtkk7Udk47XxoKr68uTYhhWS51J1gzhSfVq4/s1600/dilma.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgy0J7R_yx_kn19Arpg0j6kHI5q6f49IH7J9EF-mIS10NLaKIYjO7hJVJFs8ogs1c0-gF-8GF7BH8X4qTiBtFa6osZ5rYaSPauLSmk-4FLdtkk7Udk47XxoKr68uTYhhWS51J1gzhSfVq4/s320/dilma.jpg" width="320" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<i><br /></i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>Como já se anunciava, o golpe se concretizou. Forças políticas diversas, a grande mídia toda coligada, o judiciário conivente e um desgaste junto a determinados setores da sociedade. Não vou fazer defesa rasgada de Dilma, os erros do PT e da presidenta são mais que sabidos, agora, o processo inteiro foi viciado e marcado, como ela mesma disse, pela traição e pela injustiça.</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i><br /></i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>Não há como afirmar que Dilma é honesta, mas é preciso provar que ela não é. Durante todo este vergonhoso processo, não houve nenhuma prova de crime. Se não há prova ou justificação, é golpe. Incompetência, falta de gentileza ou jogo de cintura não são motivos para tirar presidente algum. Não vou entrar na ladainha do machismo como razão mestra. Houve machismo, mais que isso, misoginia em todo o processo, mas o que guiou o movimento foi o ódio ao PT e ódio nunca é bom companheiro.</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i><br /></i>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjC8dHIwiUotRZZQleUCNNv9vj1IRWAboJFzlc2aul6jPp8jx4HFXze_rjN6ofN1pYeY6Zb7RksF4dDmk7rxwisE0qTa0vhLcDjBLSZ8P2pRRNcIr0S17Qfux7wmS02EtL8IlgvuNzBB1M/s1600/13173999_949569045158416_8097136398128477127_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="266" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjC8dHIwiUotRZZQleUCNNv9vj1IRWAboJFzlc2aul6jPp8jx4HFXze_rjN6ofN1pYeY6Zb7RksF4dDmk7rxwisE0qTa0vhLcDjBLSZ8P2pRRNcIr0S17Qfux7wmS02EtL8IlgvuNzBB1M/s320/13173999_949569045158416_8097136398128477127_n.jpg" width="320" /></a></div>
<i><br /></i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>O Slogan do Temer é "Ordem e Progresso". Aí, a Mônica Bergamo na BandNews FM começa a falar que foi bolado por um marqueteiro... Ãn??? Mas não está na bandeira do país, meu povo? Que maldito marqueteiro é este que se apropriou indevidamente do lema da bandeira? Estou confusa... Muito... Muito...</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i><br /></i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>Nessa lógica, abraçou-se o positivismo. Esperemos qual das facetas. Será que é o "tiro, porrada e bomba" nos movimentos sociais do início da República Velha? Um... Será que teremos uma ênfase no ditadura dos bons e melhores?</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i><br /></i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i></i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>Nem sei se tenho medo, ou tenho nojo, ou sei lá. </i><i>De resto, não ouço panelas. Nenhuma.Todo o papo de primeiro tiramos Dilma, depois tiramos o resto, morreu. Os nomes do ministério de Temer são de dar vergonha. Pela primeira vez, desde o Governo Geisel não há mulheres no ministério. Nenhuma. Nenhum ministro que não seja branco apareceu até agora. Enfim, como disse uma colega no Twitter: </i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i><br /></i></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjbsSpj2I1kZZHCqAZjUKdo5Y5bV5aWRj8h_f6jjmHDvGf4fsYAoDsQcP_jyIXGn5A_b8kpDhJquCYa3-0oBY7PJ080YFMNCaM0oXOrWez0KuGp_bdGTCWLCiRjEI9HOr6OUnMNfw19zw4/s1600/twitter.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="174" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjbsSpj2I1kZZHCqAZjUKdo5Y5bV5aWRj8h_f6jjmHDvGf4fsYAoDsQcP_jyIXGn5A_b8kpDhJquCYa3-0oBY7PJ080YFMNCaM0oXOrWez0KuGp_bdGTCWLCiRjEI9HOr6OUnMNfw19zw4/s320/twitter.jpg" width="320" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<i><br /></i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>Sem mais. Só me acho sortuda de não ter que explicar essa loucura toda para minha filhinha. Ainda bem que ela ainda é muito jovem para entender o que está acontecendo.</i></div>
Valéria Fernandeshttp://www.blogger.com/profile/01316913573572493872noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2324891926870392263.post-30942750644958691742016-04-11T01:44:00.000-03:002016-04-11T01:44:04.519-03:00Diálogos: Terceira onda do Feminismo<div style="text-align: center;">
<i><iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="315" src="https://www.youtube.com/embed/5vK1XSMDjOA" width="560"></iframe></i></div>
<div style="text-align: center;">
<i><br /></i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>Programa da UnB TV explicando a Terceira Onda do Feminismo com as professoras Valeska Zanello (Psicologia Clínica) e Susane Ribeiro (História). O programa abordou primeira e segunda ondas, antes de chegar no momento atual do feminismo brasileiro. Vale assistir.</i></div>
Valéria Fernandeshttp://www.blogger.com/profile/01316913573572493872noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2324891926870392263.post-24324276313325284552012-12-21T10:32:00.003-02:002012-12-21T10:32:37.081-02:00Existe Pena de Morte no Brasil? Se você é mulher, existe, sim!<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiEnwd2uNP0R_r-4L52G29OxLAPqqLMg_pHMhpPxLMAf1fdQowPuUl6-YIECJQ5r18IrDO0vlcKRprC7A1puVmNwbeBa2iL3N5qFHlhtu0xVFh1ybaKscz0eqpwemvaG4weznX6E-M5Xw/s1600/gravidez1.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="1" height="213" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiEnwd2uNP0R_r-4L52G29OxLAPqqLMg_pHMhpPxLMAf1fdQowPuUl6-YIECJQ5r18IrDO0vlcKRprC7A1puVmNwbeBa2iL3N5qFHlhtu0xVFh1ybaKscz0eqpwemvaG4weznX6E-M5Xw/s320/gravidez1.jpg" width="320" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<i><br /></i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>Nesta semana um caso gerou espanto e revolta em muita gente na internet: uma mulher residente em Minas Gerais, casada e sofrendo de uma cardiopatia grave, requereu conforme a lei – artigo 128 do código penal – o direito a um aborto terapêutico. A decisão não é definitiva, cabe recurso, mas ela está na oitava semana, e sua saúde e vida estão em risco. Notícia pode ser lida em várias fontes: <a href="http://bit.ly/ZnQWYk" target="_blank">TJMG</a>, <a href="http://bit.ly/UUtcDp" target="_blank">Último Segundo</a>, <a href="http://bit.ly/WzT2Cz" target="_blank">Estado de Minas</a>, <a href="http://bit.ly/T4ILgB" target="_blank">Jornal do Commercio</a>, <a href="http://bit.ly/WudT6p" target="_blank">R7</a>, etc. Sim, é possível a interrupção da gravidez em alguns casos neste país: estupro, risco de vida da mãe e má formação fetal grave (*<b><a href="http://bit.ly/HIsBUk" target="_blank">vide o caso dos anencéfalos</a></b>*). Só que, apesar da mulher ter todo o direito de interromper a gravidez para preservar a sua vida, o juiz Geraldo Carlos Campos, deliberou que o casal, que já tinha interrompido outra gravidez ano passado, não tomou nenhuma medida contraceptiva (*<b>Será? E se “sim”, e daí?</b>*) e que a gravidez era esperada (*<span style="color: #cc0000;"><b>"não deixa de ser um ato voluntário"</b></span>*), que como pessoas <span style="color: #cc0000;"><b>"maduras e esclarecidas"</b></span>, tiveram uma <b><span style="color: #cc0000;">"conduta negligente"</span></b>.</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i><br /></i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>Antes que alguém diga que há um bebê a caminho, assevero que dada a gravidade da saúde da mãe (*ou não teria autorização para abortar anteriormente*), não haverá bebê algum, mas, sim, uma mulher morta ao fim deste processo. A escolha da foto do post foi proposital, ainda mais em um mundo no qual é possível desumanizar ao extremo uma mulher fazendo chamada de jornal na TV com <span style="color: #cc0000;"><b>“primeira imagem do herdeiro real”</b></span> e mostrar a imagem da esposa do neto da Rainha Elizabeth com uma ínfima barriga de três meses. Além disso, a lei lhe assegura o direito a interrupção, não é algo que fique ao bel prazer do juiz. Gravidez acidental acontece, métodos contraceptivos falham, e se formos para os métodos contraceptivos naturais, aqueles defendidos pelos pró-vida religiosos, a abstinência, eles falham mais ainda. Independente da (*suposta*) negligência do casal, a decisão do juiz vai contra a lei e, claro, pune a mulher com a possível morte. Engravidou <b>“porque quis”</b>? Morra. Porque apesar do apoio do marido, é ela, a mulher, que está com sua vida em risco. </i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i><br /></i></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg4T62Djm6dEtQTZscdGa9yMr_JgrrSXluOa1vVdbf-kto4SGYX8zZNOWUmQV9g7oj0Fzeb4hdh5_OVua5Z1IM_MLtLUrW1jnvtvfzZUFgemK7RuqNHWEU5AGftsYPMiWswcnycSc6whQ/s1600/vio.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="1" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg4T62Djm6dEtQTZscdGa9yMr_JgrrSXluOa1vVdbf-kto4SGYX8zZNOWUmQV9g7oj0Fzeb4hdh5_OVua5Z1IM_MLtLUrW1jnvtvfzZUFgemK7RuqNHWEU5AGftsYPMiWswcnycSc6whQ/s320/vio.jpg" width="271" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<i><br /></i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>Só em uma sociedade na qual as nossas vidas valem tão pouco, poderia acontecer uma decisão como esta. Mulheres são cidadãs de segunda classe, não tem direito de autonomia sobre seus corpos e, sim, podem ter sua vida colocada em risco para castigá-la. Neste caso, vejam bem, nem se trata de garantir a vida do feto, mas de punir mesmo a mulher, especialmente, porque, bem, ela engravidou <b>DE NOVO</b>. É uma covardia e crueldade tão grande que é difícil imaginar... Quer dizer, eu, como mulher, posso imaginar. Eu posso passar pela mesma situação, hipoteticamente falando. Eu posso engravidar, ter direito a interrupção de uma gravidez segundo a lei, procurar os meios legais (*<b>não uma clínica clandestina</b>*) e ter um juiz (*<b>homem</b>*) definindo que, mesmo casada, “não promíscua” (*<b>vocês sabem, que isso pesa muito</b>*), me castigando com a morte, porque, bem, sou uma pessoa esclarecida (*<b>Poxa! Com doutorado e não sabe prevenir uma gravidez?!</b>*) e madura (*<b>chegando lá nos 40 anos</b>*). É aviltante. Eu optaria por uma esterilização, talvez, a moça nem possa se submeter a ela, mas um marido consciente faria uma vasectomia. Mas é opção, e nem acho que prevista na rede pública para casos como esse, mas nem fui procurar.</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i><br /></i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>Recentemente, uma mulher de origem indiana <a href="http://bit.ly/ZnRbCI" target="_blank">morreu na Irlanda</a> – país bem mais católico que o nosso, pelo menos nas estatísticas – porque lhe negaram um aborto terapêutico. Aqui, esse juiz se arvorou de <b>“deus”</b> para deliberadamente condenar uma mulher à morte. Pois é isso que a sentença pretende, já que a doença não permitirá que a gravide chegue a bom termo, simplesmente, bem, porque ela engravidou <b>DE NOVO</b>. Só para fechar, reforço que, neste caso, nem se trata de priorizar o feto à mulher que o carrega, trata-se de punição mesmo, condenação à morte ou tortura. Tortura, aliás, é crime e pena de morte não está prevista em nosso código penal. Mas, reforço, mulheres não são cidadãs completas e o judiciário esses dias anda tendo seu já inflado ego midiaticamente reforçado com a idéia de que são o poder acima dos poderes. Ser mulher no Brasil é muito perigoso e isso não é só papo de feministas, como eu, mas algo que se materializa em decisões judiciais como essa.</i></div>Valéria Fernandeshttp://www.blogger.com/profile/01316913573572493872noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2324891926870392263.post-25728424378455685462012-12-01T10:19:00.000-02:002018-11-04T18:07:39.464-02:00As Mulheres Negras e os Direitos Civis nos EUA<div style="text-align: justify;">
<i><br /></i>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjWX5Cl3mIhqgC1fZqOPQwBOYSXg4fNM_NvLCFdZRFdki3KJxmFmS7gGkuJPCYyCNIcJJwJyy0UmJbwFgWKAxhL7XwfscUI3OjfuueTeYO71WlBGoLjom3dpRjeJ2bUXgAHZrUCPkRXYA/s1600/263505_10152286042545195_19243874_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="1" height="243" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjWX5Cl3mIhqgC1fZqOPQwBOYSXg4fNM_NvLCFdZRFdki3KJxmFmS7gGkuJPCYyCNIcJJwJyy0UmJbwFgWKAxhL7XwfscUI3OjfuueTeYO71WlBGoLjom3dpRjeJ2bUXgAHZrUCPkRXYA/s320/263505_10152286042545195_19243874_n.jpg" width="320" /></a></div>
<i><br /></i>
<i>Desde o fim da Reconstrução Radical (1865-1877) vigoraram no Sul dos Estados Unidos as chamadas Leis Jim Crow (1876-1965), que legitimavam a Segregação Racial com base na premissa (*falsa*) <b>"Separados, mas Iguais"</b>. Qualquer pessoa que tenha assistido mesmo o filme mediano <a href="http://bit.ly/Vcfawv" target="_blank">Histórias Cruzadas</a>, entende o que estou dizendo. Pois bem, <a href="http://bit.ly/UhaMNY" target="_blank">Rosa Parks</a> foi presa em 1 Dezembro de 1955, porque não quis se levantar para que um homem branco pudesse sentar. Hoje é dia de lembrá-la. Sua coragem, seu orgulho, foi o estopim para que outros negros e negras se mobilizassem nos EUA para que as leis racistas-segregacionistas fossem derrubadas. </i><br />
<i><br /></i>
<i>O sistema de transporte público de Montgomery, Alabama, sofreu <a href="http://bit.ly/TyJlhS" target="_blank">boicote por 381 dias</a>, até que as autoridades cederam a aboliram o sistema que estabelecia que negros sentavam no fundo do ônibus, brancos na frente e se o ônibus enchesse, a cada branco que entrasse, um negro ou negra deveria ceder o lugar. </i><i>Rosa Parks não foi a primeira mulher, nem a primeira pessoa, a se rebelar contra a segregação nos transportes públicos em algum Estado do Sul, antes dela, pelo menos três mulheres ganharam notoriedade por fazer o mesmo: <a href="http://bit.ly/U7WoFm" target="_blank">Irene Morgan</a> (1946), <a href="http://bit.ly/XbgOVh" target="_blank">Sarah Louise Keys</a> (1955), e <a href="http://bit.ly/RqN1q0" target="_blank">Claudette Colvin</a> (1955).</i><br />
<i><br /></i></div>
<div style="text-align: justify;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiz1MGwz-aA2TeA1eU5ydWwC_pEqVO-c_cm-MB8JXWv2jH9B5RqJnV5yUDocTEKFDttvihNBe2Vmjm3lP8ajDv6_8fk9lEaREoQ8QVq5jyKYdcv4WC0U2XB7IPN_NEV3S8cHJa4AaJH5Q/s1600/women.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="1" height="125" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiz1MGwz-aA2TeA1eU5ydWwC_pEqVO-c_cm-MB8JXWv2jH9B5RqJnV5yUDocTEKFDttvihNBe2Vmjm3lP8ajDv6_8fk9lEaREoQ8QVq5jyKYdcv4WC0U2XB7IPN_NEV3S8cHJa4AaJH5Q/s320/women.jpg" width="320" /></a></div>
<i><br /></i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i> Irene Morgan era secretária, e se recusou a levantar na cidade de Middlesex County, Virginia. Não somente isso, ela entrou em luta corporal com o xerife e outra autoridade masculina para não deixar o veículo. Foi presa, seu caso se arrastou na justiça, e foi parar na Suprema Corte. Imaginem o risco que essa mulher correu, e, claro, o mal exemplo, já que não somente se rebelou, mas partiu para a luta corporal... Sarah Keys (siga o link) era militar, das primeiras a se graduar na academia militar, das primeiras militares negas a cursar Direito com verba do Exército, e estava voltando para uma licença em sua cidade natal, Washington, Carolina do Norte. Ela tomou o ônibus em Fort Dix, New Jersey, seguiu até Washington D.C., onde embarcou em um ônibus sulista. Sentou-se na quinta fileira. Quando houve troca de motorista na pequena Roanoke Rapids , o condutor exigiu que ela fosse para o fundo do ônibus e cedesse o lugar para um fuzileiro branco. Ela se recusou. Foi presa. O caso foi parar na Suprema Corte. </i><br />
<i><br /></i>
<i>Já Claudette Colvin, uma adolescente de 15 anos, voltando da escola, foi a primeira mulher em Montgomery a resistir às leis segregacionistas em ônibus, nove meses antes de Parks, mas por ser uma menina, que poderia ser taxada de "rebelde", não foi considerada como um símbolo adequado ao movimento de direitos civis. Na verdade, e isso não diminui Rosa Parks, mas mostra o quanto uma imagem mais conservadora, todas as outras eram jovens, Parks já tinham 43 anos, por exemplo, se presta melhor como propaganda em uma sociedade igualmente conservadora... Hoje não é dia de lembrar somente de Rosa Parks, mas de todas essas outras mulheres e ressaltar que a luta por direitos iguais não acabou. </i><br />
<i><br /></i>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiJ4FSw3g8-PcbLMECWBCuRODnHioEa8uZcqohBR2CU2UtCi1y6Nc_j2B_UB5ZDygsfbV0VlUas3m8_sdR8waAhS2k2iPh0Wf8EO_vX4TdYNu6gd2JQEI3SAE43V5fIjCn8tXukOSx2YQ/s1600/25parks_finger.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="1" height="229" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiJ4FSw3g8-PcbLMECWBCuRODnHioEa8uZcqohBR2CU2UtCi1y6Nc_j2B_UB5ZDygsfbV0VlUas3m8_sdR8waAhS2k2iPh0Wf8EO_vX4TdYNu6gd2JQEI3SAE43V5fIjCn8tXukOSx2YQ/s320/25parks_finger.jpg" width="320" /></a></div>
<i><br /></i></div>
Valéria Fernandeshttp://www.blogger.com/profile/01316913573572493872noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2324891926870392263.post-9628121413846205462012-11-24T10:18:00.001-02:002012-11-24T10:44:34.186-02:00Duas Notícias Opostas, um Retrocesso e um Avanço<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgE0fzxdrh1Qba6JfQqKiaw9W4muEYtfn1dFFeQnMHb24VL4ibNb_kJIwb-sgfrHBxMrfw_Pbf5nPMGe1Lu1mBSpDfCHxVw9sm-sCR4GayaSph-VxYALEoHP0pOsy9GjQ6IbViPKZL3jRA/s1600/feminism-europe.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="1" height="146" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgE0fzxdrh1Qba6JfQqKiaw9W4muEYtfn1dFFeQnMHb24VL4ibNb_kJIwb-sgfrHBxMrfw_Pbf5nPMGe1Lu1mBSpDfCHxVw9sm-sCR4GayaSph-VxYALEoHP0pOsy9GjQ6IbViPKZL3jRA/s320/feminism-europe.jpg" width="320" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<i><br /></i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>Sei que faz tempo que não posto coisa alguma. Às vezes, sinto vontade de comentar notícias, mas há coisas tão deprimentes que comentar seria mexer ainda mais na ferida, mas, bem, vou comentar duas notícias opostas publicadas esta semana, uma que aponta para algum avanço na condição das mulheres, outra, para o retrocesso. Vivemos disso, afinal, não é mesmo? Luta contínua, avanços e retrocessos.</i><br />
<i><br /></i></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj_H7oehAK1SuKSN4hdrcN2Flky3s1R6evO0h4VfEINja_ZXIhdECxlHZhSnSM8oDDxeF352XyxhZMgyILzTPQJSulAyF3OyCin-S_u1ur4GLcsp4EKxMQD5mEj2i0EqHc87XKF-KTy8cE/s1600/timthumb.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="1" height="216" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj_H7oehAK1SuKSN4hdrcN2Flky3s1R6evO0h4VfEINja_ZXIhdECxlHZhSnSM8oDDxeF352XyxhZMgyILzTPQJSulAyF3OyCin-S_u1ur4GLcsp4EKxMQD5mEj2i0EqHc87XKF-KTy8cE/s320/timthumb.jpg" width="320" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<i><br /></i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>A primeira notícia ponta para um backlash inesperado, pelo menos para mim. A Igreja Anglicana, depois de 12 anos de discussão, deliberou no dia 20, terça-feira, que não irá ordenar mulheres como bispos. Para que fosse aprovada, seria necessário 2/3 dos votos do Sínodo Geral que tem 470 votantes entre leigos, bispos e clérigos. Segundo o arcebispo de York, John Sentamu, foram os leigos que derrubaram a moção. Bispos e clérigos tinham aprovado. Segundo a <a href="http://bit.ly/UYilIc">Gazeta do Povo</a>, “Mais de mil integrantes da Igreja Anglicana, incluindo bispos e clérigos seniores, enviaram uma carta ao jornal "The Independent" na segunda-feira (19) pedindo ao Sínodo para decidir em favor da ordenação”. Já o the Times tinha publicado na sexta da semana anterior uma carta assinada por 325 clérigos pedindo que o Sínodo não aprovasse. Segundo eles, isso geraria novas fraturas. O fato é que a cada avanço dos anglicanos (ordenação de mulheres, de homossexuais), o papa da vez, João Paulo II e, agora, Bento XVI, oferecem aos anglicanos a possibilidade de “retorno”, abrindo, inclusive, para os padres casados, já que a Igreja Anglicana estaria “se desviando”. Mas, obviamente, abrir exceção para padres casados, não é desvio, é estratégia utilizada desde a Idade Média... Para tentar evitar uma nova sangria, a Igreja Anglicana deu um passo atrás... Enfim, as mulheres já são ordenadas bispos por ramos da igreja anglicana na Austrália, Nova Zelândia, Canadá e EUA, pois há aqueles que se subordinam às decisões vindas da Grã-Bretanha, outros que tem seus próprios sínodos. </i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i><br /></i></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgBoeQ8yf-n2ElAS9SZQNZPLK-OrExLtOyGpUt3d6DDOASZkQNRmfI8LyP_ReqBoEcR4hUV7jXT3zWZx_bGNYF6XmLveZ6ymwgiEotiEccQSk4O61ly5PzkRN35lGtIrSt0W0vI2dakAIw/s1600/FotoQ.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="1" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgBoeQ8yf-n2ElAS9SZQNZPLK-OrExLtOyGpUt3d6DDOASZkQNRmfI8LyP_ReqBoEcR4hUV7jXT3zWZx_bGNYF6XmLveZ6ymwgiEotiEccQSk4O61ly5PzkRN35lGtIrSt0W0vI2dakAIw/s320/FotoQ.jpg" width="320" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<i><br /></i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>A notícia positiva é que a presidente Dilma Rousseff assinou ontem a promoção da primeira oficial general das Forças Armadas. A capitão de mar e guerra Dalva Maria Carvalho Mendes passará a contra-almirante - patente equivalente a general de brigada, no Exército, e brigadeiro, na Aeronáutica. É preciso ressaltar que a promoção à oficial general não é somente por folha de serviço, mas depende da estima que @ oficial tenha entre seus pares, isto é, nem todo sujeito que chega à coronel – ou seu equivalente – é promovido à general, deve haver consenso entre os outros oficiais generais de que a pessoa merece entrar para este seleto grupo, ou seja, trata-se de uma decisão puramente política, não no sentido partidário, mas quando pensamos que depende de escolhas pessoais. Que ninguém pense que foi decisão da Dilma, pois se não houvesse concordância entre os almirantes, não haveria promoção. Segundo <a href="http://glo.bo/TkULce">o Globo</a>, a promoção foi decidida em reunião com o ministro da Defesa, Celso Amorim, no Palácio do Planalto. A promovida, Dalva Maria é diretora da Policlínica Naval Nossa Senhora da Glória, no Rio. Ela entrou na Marinha em 1981, tem 56 anos, é viúva e tem dois filhos. A Marinha foi a primeira das três Forças a aceitar mulheres em seus quadros. A participação das mulheres se deu a partir de 1980. Atualmente, dos 2.882 oficiais da Marinha, 33,3% são mulheres; dos 2.933 praças, 6,8%. É ótimo, mas, ao mesmo tempo, curioso, pois a Marinha mantém suas escolas principais – Colégio Naval e Escola Naval – as que estão ligadas à formação dos oficiais da armada, permanecem fechadas para as mulheres. Se a história que está rolando de que o Exército será obrigado a abrir as Agulhas Negras no ano que vem proceder, a Marinha deve ter quer abrir pelo menos a Escola Naval. Lembrem que a AFA abriu em 1992 seu exame de admissçao para as mulheres e já formou umas duas turmas de pilotos com mulheres. A Marinha abriu seus quadros primeiro, é pioneira outra vez, mas continua sendo extremamente conservadora. Vitória, sim, mas com ressalvas.</i></div>
<div>
<br /></div>
Valéria Fernandeshttp://www.blogger.com/profile/01316913573572493872noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2324891926870392263.post-20399779135476994742012-04-18T16:15:00.000-03:002012-04-18T16:16:16.942-03:00E o Século XIX é revisitado em uma festa constrangedora<br><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiaiLaK0sXIr5RVP6X4UnI-6SrqgwqG8JDFdWdbI63WUh7QA1Z049zd82cd6Yoc5RxLnYpiN6k_uA2a51reIxzrr4rU2NIO8CYMFQDJ9Spb4JY1NAK_K5nqX6G9oNfIGPPiD-hpv203DQE/s1600/tumblr_m2o4ftYDJc1qamj2ho1_500.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 400px; height: 382px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiaiLaK0sXIr5RVP6X4UnI-6SrqgwqG8JDFdWdbI63WUh7QA1Z049zd82cd6Yoc5RxLnYpiN6k_uA2a51reIxzrr4rU2NIO8CYMFQDJ9Spb4JY1NAK_K5nqX6G9oNfIGPPiD-hpv203DQE/s400/tumblr_m2o4ftYDJc1qamj2ho1_500.jpg" border="1" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5732745657706236594" /></a><br /><div style="font-family: Georgia, serif; font-size: 100%; font-variant: normal; font-weight: normal; line-height: normal; text-align: justify; "><span style="font-size: 100%; "><i>Quando abri a <a href="http://bit.ly/HSOTB5">Folha de São Paulo</a> hoje, deparei-me com essa foto chocante. A de cima, que fui procurar em uma resolução melhor em outro site, a outra encontrei na mesma busca. Há vários ângulos do bolo na internet. Vejam bem, houve uma festa (*não protesto*) no Moderna Museet (museu de arte moderna de Estocolmo), com a presença de ministra da Cultura sueca, Lena Adelsohn Liljeroth, o objetivo era chamar atenção para uma das maiores crueldades que são infringidas às mulheres, especialmente na África, mas, também, em alguns países do Oriente Médio, a <a href="http://bit.ly/J9VF6X">mutilação genital feminina</a>, que alguns tentam adocicar chamando de circuncisão feminina. A mutilação, prática mais que milenar no Continente Africano, tem como principal objetivo controlar o exercício da sexualidade feminina, em alguns casos, privando as mulheres de qualquer prazer sexual. Sancionada por algumas lideranças islâmicas, a prática resistiu apesar de não ser essencialmente muçulmana. Pois bem, um artista (*homem*) decidiu fazer essa beleza de bolo: uma mulher negra absolutamente estereotipada; nua, como as <a href="http://bit.ly/HY56Tk">vênus negras</a> colocadas em exposição no século XIX; com recheio vermelho; sugerindo carne e sangue; deveria ser cortada a partir das genitais pela ministra. A cada corte, um grito. </i></span></div><div style="text-align: justify;"><span><i><br /><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgMXMWvibDD4ccWtyquW5BG-fghaeZGQ_ZGbXZDLoJctazK54zci8iwrQpefMU2_piqHKS08LdA67_WOdhYF3i8cmFImeOp7sUp40AJ7FjQKfxyiMics5Qoq1AZ_Jj_5LaZkav9kV35a0k/s1600/tumblr_m2o4ftYDJc1qamj2ho2_500.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 400px; height: 235px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgMXMWvibDD4ccWtyquW5BG-fghaeZGQ_ZGbXZDLoJctazK54zci8iwrQpefMU2_piqHKS08LdA67_WOdhYF3i8cmFImeOp7sUp40AJ7FjQKfxyiMics5Qoq1AZ_Jj_5LaZkav9kV35a0k/s400/tumblr_m2o4ftYDJc1qamj2ho2_500.jpg" border="1" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5732745663461883762" /></a><br /></i></span></div><span><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: 100%; "><i>Olhem a foto. Mulheres brancas riem do bolo que é uma das coisas mais constrangedoras e ofensivas que eu já vi. Elas não se veem na mulher negra objetificada, levada ao extremo de ser oferecida como comida (*e gostosa*). O artista branco não se projetar na figura bizarra que criou, OK, mas mulheres na Suécia – um dos países com melhores índices de igualdade de gênero – não compreenderem isso, dói, dói muito. A associação Afro-Sueca qualificou (*com toda a razão*) a decisão da ministra de participar do evento mostra “incompetência e falta de discernimento” e pede sua demissão. Ela se diz antirracista. Eu acredito que seja, como tantos antirracistas que não conseguem perceber o quão racistas são. Só que a coisa transcende o racismo, porque traz de volta o gosto ruim do colonialismo, na apropriação do corpo das mulheres negras, como força de trabalho e fonte de prazer sexual. É triste, muito triste, ver imagens tão século XIX sendo reeditadas dessa forma. </i></span></div></span>Valéria Fernandeshttp://www.blogger.com/profile/01316913573572493872noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-2324891926870392263.post-68223005531140009022012-04-11T14:04:00.001-03:002012-04-11T14:04:34.693-03:00STF - Marco Aurélio “a mulher deve ser tratada como fim em si mesma e não como meio”<br><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhTSbbhz5GVj6woZL6yu8dxVPTNZOTCZy_0lDl-FbNWZ3PPoE4xjd58F3PIm1QNk5OTGOBV_Na85ROPkpUBvlJ4DH2VSgs6pljGfT371yeVN3j4RcB1Dc9RJWsxtjfODJ_EY5a1IoMw-CA/s1600/banner-anencefalia-uteros-caixoes-1024x1024.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 400px; height: 400px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhTSbbhz5GVj6woZL6yu8dxVPTNZOTCZy_0lDl-FbNWZ3PPoE4xjd58F3PIm1QNk5OTGOBV_Na85ROPkpUBvlJ4DH2VSgs6pljGfT371yeVN3j4RcB1Dc9RJWsxtjfODJ_EY5a1IoMw-CA/s400/banner-anencefalia-uteros-caixoes-1024x1024.jpg" border="1" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5730188822110067666" /></a><br /><div style="font-family: Georgia, serif; font-size: 100%; font-variant: normal; font-weight: normal; line-height: normal; text-align: justify; "><span style="font-size: 100%; "><i>Hoje o <a href="http://bit.ly/IGrbqT">Supremo Tribunal Federal</a> retomou a discussão sobre o direito de interrupção da gravidez em casos de anencefalia. É preciso atentar para a importância desse julgamento, pois o que está em jogo é a cidadania plena das mulheres. Eu defendo o direito de escolha, o respeito aos direitos humanos das mulheres. Ninguém sobrevive sem cérebro, mulheres devem poder escolher sem constrangimentos se desejam, ou não, levar uma gravidez anencefálica até o fim. Direito, vejam bem, não é obrigação. Quem desejar seguir em frente, por amor, por crença, ou o que seja, poderá fazer isso sem problema. Para aqueles que usam de falácias como o tal "ato de amor", eu digo que amor não se impõe, amor não é algo que possa ser estabelecido por outros e imposto a quem está passando por uma situação de angústia e dor profunda: <a href="http://bit.ly/ICoJPi">Chega de Torturar as Mulheres!</a></i></span></div><div style="text-align: justify;"><span><i><br /></i></span></div><span><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: 100%; "><i>Quem defende o Direito de Escolha e cidadania plena das mulheres, não obriga ninguém a abortar. Agora, muitos dos (*supostos*) pró-vida estão dispostos a obrigar uma mulher a parir. Sua dor, sua saúde física ou mental, pouco importa. Isso não pode continuar a acontecer em um Estado Laico. Coloque-se no lugar da mulher que está grávida, do companheiro (*quando presente*), da família e, não, de princípios ditados por gente que só mostra sensibilidade em relação à princípios e que parece ter mais compromisso com um feto inviável do que com humanos que existem e (*provavelmente*) continuarão a existir, criar, amar, viver.</i></span></div></span><div style="text-align: justify;"><i><br /></i></div><span><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: 100%; "><i>Agora, falta aqui no Brasil o compromisso em tentar evitar os casos de anencefalia. <a href="http://bit.ly/IlcJ93">Ácido Fólico</a> precisa ser incluído em vários alimentos, como farinhas, biscoitos, macarrão. Não será possível impedir todos os casos, mas poderemos tentar evitar que algo assim - <a href="http://bit.ly/HLiGr3">‘Engravidei duas vezes de bebês anencéfalos’</a> - aconteça.</i></span></div></span>Valéria Fernandeshttp://www.blogger.com/profile/01316913573572493872noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-2324891926870392263.post-6576339239119518882012-03-22T22:01:00.001-03:002012-03-22T22:01:53.970-03:00Polícia prende homens que planejavam massacre contra estudantes em Brasília<br><div align=center><iframe width="420" height="315" src="http://www.youtube.com/embed/EIowmrs-bEA" frameborder="0" allowfullscreen></iframe></div><br /><div style="text-align: justify; "><span style="font-size: 100%; "><i>Eu nem estava sabendo que esses monstros estavam planejando atacar aqui em Brasília, na UnB. Espero realmente que os dois presos sejam os primeiros de muitos e que passem todos os seis anos (*pena máxima*) na cadeia. Infelizmente, os semeadores de ódio - que se escondem atrás do suposto direito de liberdade de expressão - são muitos, mas eu acredito que a mobilização é capaz de tirar vários deles de circulação. Racismo e pedofilia são crimes previstos em lei e homofobia e misoginia/sexismo deveriam ser, também. Se der cadeia, então, duvido que alguns desses bons moços (*homens, brancos, heterossexuais, supostamente cristãos, direitistas*) vão arriscar passar uma temporada no xilindró. Percebam que, apesar da reportagem dizer "gente", estava escrito "vagabundas e esquerdistas". Para esses sujeitos, não se enganem, qualquer mulher é vagabunda, não somente as que o senso comum aponta como tal. Enfim, precisava postar. Já desconfiava que o sujeito de Realengo tinha colegas e incentivadores. Foram meses de denúncias e investigações, pelo menos alguma coisa aconteceu com eles. </i></span></div>Valéria Fernandeshttp://www.blogger.com/profile/01316913573572493872noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2324891926870392263.post-9176194335897849872012-03-08T10:28:00.000-03:002012-03-08T10:29:17.739-03:00Mais um 8 de Março... Comemorar? Acho que, não!<br><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhPy9Vxn9ICx2gu5n9flHG2cT8FfVp6kRD5Q4zpY1hdbYNqOrkJ3U8469C3F34LvuQWDF2yeJwsjydKkzi7e9k-IEf_LqqBG8Hth-n8Or0uME6B-ejSAu1cgMN1cY1GqyCz_Ql5YM5IVcI/s1600-h/untitled.bmp"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5310843855726446130" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 354px; CURSOR: hand; HEIGHT: 233px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhPy9Vxn9ICx2gu5n9flHG2cT8FfVp6kRD5Q4zpY1hdbYNqOrkJ3U8469C3F34LvuQWDF2yeJwsjydKkzi7e9k-IEf_LqqBG8Hth-n8Or0uME6B-ejSAu1cgMN1cY1GqyCz_Ql5YM5IVcI/s400/untitled.bmp" border="1" /></a><br /><div style="font-family: Georgia, serif; font-size: 100%; font-variant: normal; font-weight: normal; line-height: normal; text-align: justify; "><span style="font-size: 100%; "><i>Hoje é o Dia Internacional das Mulheres, assim mesmo, no plural, porque mulheres não são todas iguais, assim como os homens. Considero o 8 de março um dia de lutas, um dia para lembrar que há muito a se fazer ainda pelo progresso das mulheres no mundo, por uma igualdade de direitos e oportunidades para ambos os sexos. Não é dia de ganhar rosa (*e eu ganhei a minha no portão do trabalho*), ou de receber parabéns. Aliás, o deboche transparece quando vejo colegas homens dizendo uns aos outros “hoje é seu dia”, e o cidadão desmunheca, ri, fala fino... Sim, desprezo pelo feminino e homofobia, mas, claro, que é tudo para fazer humor, não é? Quem precisa de dia é porque não tem dia nenhum. Dia das mulheres, Consciência Negra, do Índio, das Crianças, dos Professores (*que ganham tão mal na maioria dos Estados da Federação*), ... Sim, vamos lembrar dessa turma pelo menos uma vez por ano. E tome matérias cretinas na imprensa.</i></span></div><div style="text-align: justify;"><span><i><br /></i></span></div><span><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: 100%; "><i>Ontem, a melhor de todas foi que <a href="http://bit.ly/xZfiwo">as mulheres brasileiras são as mais felizes do mundo</a>, afinal, os brasileiros são o povo mais feliz do mundo. Feliz com a corrupção, com o descaso dos políticos, com o confisco de direitos, com a erosão do Estado Laico, etc. Ontem, também, por exemplo, em Anápolis, coração no Bible Belt Católico brasileiro, pertinho da capital da República, a lei orgânica do município <a href="http://t.co/gpo76hwp">excluiu o direito de aborto legal</a> previsto em constituição. Ah, diz um amigo meu “o Supremo e a OAB vão resolver”. Sim, seu sei, mas, enquanto isso, mulheres serão privadas dos seus direitos de cidadania, pois seus corpos são propriedade dos legisladores (homens). E qualquer um sabe que a interrupção de uma gravidez por estupro ou de risco não é algo que se espere. Percebem a perversidade e na véspera do “Dia da Mulher”, assim, no singular, porque essa intervenção nos iguala a todas, somos todas subcidadãs e valemos muito, muito pouco mesmo. </i></span></div></span><div style="text-align: justify;"><i><br /></i></div><span><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: 100%; "><i>De boa notícia ontem, tivemos a de <a href="http://bit.ly/yJywfE">redução das desigualdades sociais</a> no Brasil. Sim, tenho mil críticas aos governos do PT, mas é preciso reconhecer esse avanço. Como as mulheres estão entre os mais pobres, são as que recebem menores salários, especialmente, quando negras, isso é algo a se comemorar. Pena que a diminuição da desigualdade econômica nem sempre represente maior conscientização. Quer um exemplo, olhe a <a href="http://bit.ly/xtCCMX">tirinha</a> abaixo:</i></span></div></span><br /><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhXrKrIHdfEMgS20BIr0dPDToeHG56TF7FGStIlF6LHuc5E2yAPN83_ANuFDL8BEIEBCiyzx085eZTsFfqdaxNErTvc0tG0RWpjTGzgCW7rW7dg-L-U9yWqqdkYSdAc74P3oQ7pOmX-8g/s1600/direitos.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 400px; height: 145px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhXrKrIHdfEMgS20BIr0dPDToeHG56TF7FGStIlF6LHuc5E2yAPN83_ANuFDL8BEIEBCiyzx085eZTsFfqdaxNErTvc0tG0RWpjTGzgCW7rW7dg-L-U9yWqqdkYSdAc74P3oQ7pOmX-8g/s400/direitos.jpg" border="1" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5717505189880814354" /></a><div style="text-align: justify;"><i><br /></i></div><span><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: 100%; "><i>Eu adoro o trabalho da autora das tirinhas “Mulher de 30”, mas percebem o quanto ela parece entender pouco do que é a luta pela igualdade, ou, talvez, essa tirinha tenha sido muito infeliz. Primeiro, ela iguala atividades esporádicas – encher o tanque, trocar o óleo – com as cotidianas das quais dependem o bem estar de todos em uma casa. Quer dizer que porque um homem leva o carro ao posto de gasolina – e parece que só eles têm carro e fazem isso, não é? – digamos uma vez por semana (*para trocar o óleo, talvez uma vez a cada muitas semanas*), ele está isento de compartilhar as tarefas domésticas? Percebem a falácia? E quem acompanha as tirinhas sabe que ambas as personagens trabalham fora. Sem a crítica, essa tirinha é só mais um reforço da idéia que tanto agrada aos machistas de que mulheres querem somente os direitos, e, claro, não a partilha real das atividades, dos gastos, das responsabilidades. Mas quem fez a tirinha foi uma mulher! Deve ser verdade então! </i></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: 100%; "><i><br /></i></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: 100%; "><i>Também ontem, uma das mais importantes jogadoras de vôlei do Brasil, uma guerreira em vários aspectos, teve suas fotos sensuais enfocadas em <a href="http://bit.ly/ypoTN9">uma matéria</a>. Até aí, nada, mas sempre parece o esforço de provar que atletas são “mulheres de verdade”, porque são sexies e tem um corpo para mostrar. Nada de muito novo se ela não tivesse dito <b>“Mulher é bicho ruim. Eu queria ter nascido homem”</b>. Triste, não é? Especialmente quando ela é um símbolo de força e superação. Para piorar, ela, a mãe e a irmã foram abandonadas pelo marido e pai. E tiveram que enfrentar muitos apertos por causa disso. E “mulher é que é bicho ruim”? Difícil de entender... </i></span></div></span><div style="text-align: justify;"><i><br /></i></div><span><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: 100%; "><i>É isso. Só considerarei desnecessário que exista um “Dia das Mulheres” quando sites como o <a href="http://machismomata.wordpress.com/">Machismo Mata</a> não existirem mais. Quando documentários como o que <a href="http://bit.ly/AjxdBG">ganhou o Oscar</a> e que fala sobre mulheres que tiveram seus rostos destruídos por ácido por companheiros e homens que não quiseram ou puderam amar, sejam coisa do passado. Quando homens pararem de legislar sobre nossos corpos como se fossem nossos donos e os donos da verdade, da razão, do mundo. Por enquanto, 8 de março é necessário, ainda que tanta gente, mulheres inclusive, não entendam seu significado. OK. Não disse o motivo da criação da data, certo? Sem problema, o <a href="http://bit.ly/AbA7QW">post de 2009</a> foi muito mais inspirado que este. Dê uma olhadinha lá, pois eu acredito que valha a pena. </i></span></div></span>Valéria Fernandeshttp://www.blogger.com/profile/01316913573572493872noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2324891926870392263.post-43738742418194080662012-02-25T13:25:00.000-02:002012-02-25T13:50:39.697-02:0080 Anos de Voto Feminino no Brasil<br><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjhELoJhgTkWFmHTt7VmftKGmeECCbcnG-tybG2Z-BIhSE4I0EXLyBmyZWzBngbvYcZPxRdjmR25OLttNv3a4BzITKD5nY1m7BQT62_8vo0iU_l3JmkjvSZTGUfJfwaDD24Pf33CjuBBA/s1600/31535.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 400px; height: 332px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjhELoJhgTkWFmHTt7VmftKGmeECCbcnG-tybG2Z-BIhSE4I0EXLyBmyZWzBngbvYcZPxRdjmR25OLttNv3a4BzITKD5nY1m7BQT62_8vo0iU_l3JmkjvSZTGUfJfwaDD24Pf33CjuBBA/s400/31535.jpg" border="1" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5713098366700622978" /></a><br /><div style="font-family: Georgia, serif; font-size: 100%; font-variant: normal; font-weight: normal; line-height: normal; text-align: justify; "><span style="font-size: 100%; "><i>Ontem, 24 de fevereiro, comemorou-se os 80 anos da concessão do direito de voto às mulheres no Brasil. Dentro do código eleitoral provisório ficou estabelecido que poderiam votar todas as mulheres alfabetizadas e maiores de 21 anos. As diferenças entre o voto feminino e masculino existiam. O voto das mulheres era facultativo, enquanto o dos homens era obrigatório. E a diferença mais gritante – e que foi retirada do texto definitivo – é que mulheres casada só poderiam votar com a autorização por escrito do marido, afinal, ele tinha autoridade sobre ela. No entanto, para que uma mulher fosse eleitora, ela precisava ser remunerada e, claro, provar. Percebem que, apesar do avanço, a maioria das mulheres continuavam ainda excluídas do direito ao voto?<br /><br />Ainda assim, não pensem, no entanto, que o direito de voto foi um "presente" dos homens, assim, um mimo. Foi fruto de muitas lutas e demandas. Não vou abrir o leque para o mundo, mas só para ficarmos no Brasil, a discussão já existia na época da primeira constituição republicana em 1891. Aliás, oficialmente, as mulheres foram excluídas do direito ao voto nesse momento, já que a <a href="http://bit.ly/zCGSWt">Constituição do Império</a> não estabelecia restrições de sexo ou relativas à alfabetização. O critério era ser livre e ter a renda exigida para votar em 1ª instância. Agora, nunca li de mulher que tenha tentado votar, ou, se alguma votou, a informação não foi desenterrada ainda. Como historiadora a minha regra é "nunca diga nunca".<br /><br />A demanda pelo direito ao voto foi crescendo com a articulação de diversas mulheres, feministas, ou não, mas que demandavam uma cidadania plena. Voto é sinônimo de cidadania, privar as mulheres dele é tira-lhes o direito de participar das decisões, de serem agentes políticos plenos. Como na República Velha havia grande autonomia dos Estados da Federação, <a href="http://bit.ly/w4N1l0">em 1927</a>, o Rio Grande do Norte concedeu o direito de voto às mulheres e houve a eleição de primeira prefeita do Brasil, Alzira Soriano de Souza. No entanto, apesar dos protestos das mulheres, que foram para as ruas, seus votos terminaram sendo anulados.<br /><br />Com a Constituição de 1934 o voto feminino passou a ser obrigatório para todas as mulheres que exercessem profissão pública e remunerada, mas algumas restrições persistiram. Para se ter uma idéia, a exigência de que fossem remuneradas só foi abolida definitivamente em 1965. Imagino que a coisa não fosse cobrada, mas continuava na lei, assim como outras restrições à plena cidadania das mulheres persistem até hoje. Não pense que seus direitos caíram do céu. Não desdenhe da luta de tantas mulheres (e homens, também) de gerações passadas. Há quem reclame do voto obrigatório, e é legítimo discutir sobre esta questão, mas não pense que o direito de voto foi algo que sempre existiu, que as mulheres foram sempre convidadas ou intimadas a participar, muitos desejam até hoje nos privar desse direito. Para terminar, <a href="http://bit.ly/yz1IsL">cito</a> a minha orientadora (querida), a prof.ª Tânia Navarro-Swain:</i></span></div><blockquote style="text-align: justify; font-family: Georgia, serif; font-size: 100%; font-variant: normal; line-height: normal; "><i><b> Em tese, [o direito ao voto] representa a não discriminação do feminino no processo político, pois as mulheres podem não apenas votar, como serem votadas. Representa igualmente levar em conta as reivindicações das mulheres no quadro socioeconômico do País e sua intervenção na elaboração de políticas públicas específicas e globais.</b></i></blockquote><div style="font-family: Georgia, serif; font-size: 100%; font-variant: normal; font-weight: normal; line-height: normal; text-align: justify; "><span style="font-size: 100%; "><i>Espero que o texto seja útil para algumas reflexões. Eu queria ter terminado ontem, mas a internet estava tão ruim que eu não conseguia navegar nas páginas.</i></span></div>Valéria Fernandeshttp://www.blogger.com/profile/01316913573572493872noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2324891926870392263.post-55196252048778974612011-12-06T10:55:00.006-02:002011-12-06T11:26:25.160-02:00Dia Nacional de Mobilização dos Homens pelo Fim da Violência contra as Mulheres<bR><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj-hicwRvsE4tOEfHTz6k477E64L6Oi5PhpwvDfTGSxxL72Whku61zqFUktaKIMfw2PhU1ElgaZRSaTQcCb7-_VWZ4ziJBBnZZYdIBKjS2wor18wUbYUkS5vqPZe8DrN-O6vRIU6fWBtA/s1600/lacobranco.jpg"><img style="display: block; margin: 0px auto 10px; text-align: center; cursor: pointer; width: 190px; height: 212px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj-hicwRvsE4tOEfHTz6k477E64L6Oi5PhpwvDfTGSxxL72Whku61zqFUktaKIMfw2PhU1ElgaZRSaTQcCb7-_VWZ4ziJBBnZZYdIBKjS2wor18wUbYUkS5vqPZe8DrN-O6vRIU6fWBtA/s400/lacobranco.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5683001272606649906" border="1" /></a><br /><div style="text-align: justify;"><i><span class="Apple-style-span">Estamos no 12º dia da Campanha 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres e, para lembrar um massacre de mulheres (*feminicídio*) ocorrido no Canadá em 1989, foi criado o Dia Nacional de Mobilização dos Homens pelo Fim da Violência contra as Mulheres. Como há muitos homens que são contra qualquer violência contra as mulheres (*a maioria é, aliás*), foi fundado o movimento Laço Branco. Se quiser mais informações, o site deles é este <b><a href="http://www.lacobranco.org.br/">aqui</a></b>. De qualquer forma, para marcar a data, estou postando o texto da ministra Iriny Lopes, da Secretaria de Política para as Mulheres, publicado na <a href="http://bit.ly/sjVepj">Folha de São Paulo</a> hoje. Boa leitura.</span></i></div><hr style="text-align: justify;"><div style="text-align: justify; color: rgb(51, 51, 255);"><i><span class="Apple-style-span">IRINY LOPES</span></i></div><div style="text-align: justify; color: rgb(51, 51, 255);"><i><span class="Apple-style-span"><br /></span></i></div><div style="text-align: justify; color: rgb(51, 51, 255);"><i><span class="Apple-style-span"><b>Homens e mulheres num caminho de paz </b></span></i></div><div style="text-align: justify; color: rgb(51, 51, 255);"><i><span class="Apple-style-span"><br /></span></i></div><div style="text-align: justify; color: rgb(51, 51, 255);"><i><span class="Apple-style-span">Masculino ou feminino não é só uma definição de gênero. É uma espécie de alegoria do poder em países como o Brasil, onde a ligação entre violência e gênero, historicamente, estabelece quem são os autores e quem são as vítimas, para firmar o que se poderia chamar de identidade dominante.</span></i></div><div style="text-align: justify; color: rgb(51, 51, 255);"><i><span class="Apple-style-span"><br /></span></i></div><div style="text-align: justify; color: rgb(51, 51, 255);"><i><span class="Apple-style-span">Como se a natureza, após séculos e séculos, ainda fosse representada pelo mito da dominação masculina, o que pressupõe força bruta para subjugar a outra espécie: feminina. Neste Dia Nacional de Mobilização dos Homens pelo Fim da Violência contra as Mulheres, nos interessa abrir um caminho de paz entre todos os gêneros, com base na consciência de justiça e igualdade.</span></i></div><div style="text-align: justify; color: rgb(51, 51, 255);"><i><span class="Apple-style-span"><br /></span></i></div><div style="text-align: justify; color: rgb(51, 51, 255);"><i><span class="Apple-style-span">Porque foi no dia 6 de dezembro, em 1989, que um jovem, Marc Lepine, de 25 anos, invadiu uma escola de Montreal, retirou os homens do local e, em seguida, atirou e matou 14 mulheres e depois se matou.</span></i></div><div style="text-align: justify; color: rgb(51, 51, 255);"><i><span class="Apple-style-span"><br /></span></i></div><div style="text-align: justify; color: rgb(51, 51, 255);"><i><span class="Apple-style-span">Numa carta, ele justificava seu ato dizendo que não suportava a ideia de ver mulheres estudando engenharia, curso tradicionalmente voltado para os homens.</span></i></div><div style="text-align: justify; color: rgb(51, 51, 255);"><i><span class="Apple-style-span"><br /></span></i></div><div style="text-align: justify; color: rgb(51, 51, 255);"><i><span class="Apple-style-span">Massacre é o que não queremos ver mais. Nenhum tipo de violência, seja física ou emocional, face mais cruel dessa desigualdade na sociedade. Por isso, marcamos este dia 6 com uma mensagem: as mulheres brasileiras têm, sim, quem as proteja. São muitas as ações e as alianças firmadas no sentido de que sua integridade seja respeitada.</span></i></div><div style="text-align: justify; color: rgb(51, 51, 255);"><i><span class="Apple-style-span"><br /></span></i></div><div style="text-align: justify; color: rgb(51, 51, 255);"><i><span class="Apple-style-span">Nesta terça-feira, em parceria com o Supremo Tribunal Federal e com o Conselho Nacional de Justiça, estamos lançando a campanha Compromisso e Atitude no Enfrentamento à Impunidade e à Violência contra a Mulher, justamente para fechar o cerco contra agressores e criminosos.</span></i></div><div style="text-align: justify; color: rgb(51, 51, 255);"><i><span class="Apple-style-span"><br /></span></i></div><div style="text-align: justify; color: rgb(51, 51, 255);"><i><span class="Apple-style-span">Cada instituição formulará ações para enfrentar a violência contra as mulheres no âmbito de suas competências, visando dar prioridade a casos de homicídios de cidadãs.</span></i></div><div style="text-align: justify; color: rgb(51, 51, 255);"><i><span class="Apple-style-span"><br /></span></i></div><div style="text-align: justify; color: rgb(51, 51, 255);"><i><span class="Apple-style-span">Infelizmente, o cenário é assustador, e os números falam por si só: a cada duas horas, uma mulher é assassinada no país. A cada dois minutos, cinco mulheres são violentamente agredidas.</span></i></div><div style="text-align: justify; color: rgb(51, 51, 255);"><i><span class="Apple-style-span"><br /></span></i></div><div style="text-align: justify; color: rgb(51, 51, 255);"><i><span class="Apple-style-span">Graças à Lei Maria da Penha, o Estado reconhece que a violência doméstica deve ser erradicada. Graças à Central de Atendimento à Mulher - Ligue 80, salvamos muitas vidas. O serviço realizou, de 2006 até outubro deste ano, mais de 2 milhões de ligações -são 58.512 relatos de violência de janeiro até outubro de 2011.</span></i></div><div style="text-align: justify; color: rgb(51, 51, 255);"><i><span class="Apple-style-span"><br /></span></i></div><div style="text-align: justify; color: rgb(51, 51, 255);"><i><span class="Apple-style-span">Nós avançamos muito em termos de políticas públicas, mas os desafios ainda são grandes até conseguir a pacificação do Brasil. Por enquanto, é campo de guerra, campo minado de instintos selvagens.</span></i></div><div style="text-align: justify; color: rgb(51, 51, 255);"><i><span class="Apple-style-span"><br /></span></i></div><div style="text-align: justify; color: rgb(51, 51, 255);"><i><span class="Apple-style-span">A Secretaria de Políticas para as Mulheres e órgãos parceiros têm incentivado o diálogo de paz entre homens e mulheres, participando de campanhas como Homens Unidos pelo Fim da Violência contra as Mulheres, liderada pela ONU.</span></i></div><div style="text-align: justify; color: rgb(51, 51, 255);"><i><span class="Apple-style-span"><br /></span></i></div><div style="text-align: justify; color: rgb(51, 51, 255);"><i><span class="Apple-style-span">Em junho deste ano, entregamos ao secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, um abaixo-assinado com 56 mil assinaturas de homens brasileiros se comprometendo publicamente a contribuir para o fim da violência contra as mulheres.</span></i></div><div style="text-align: justify; color: rgb(51, 51, 255);"><i><span class="Apple-style-span"><br /></span></i></div><div style="text-align: justify; color: rgb(51, 51, 255);"><i><span class="Apple-style-span">Vamos acabar com isso, é preciso, em nome de uma sociedade democrática, de fato e de direito. Até porque há avanços significativos.</span></i></div><div style="text-align: justify; color: rgb(51, 51, 255);"><i><span class="Apple-style-span"><br /></span></i></div><div style="text-align: justify; color: rgb(51, 51, 255);"><i><span class="Apple-style-span">Avançamos na repactuação das políticas para as mulheres, com Estados e municípios, para aumentar a escala dessas ações de enfrentamento à violência, em todas as áreas e instâncias de governo.</span></i></div><div style="text-align: justify; color: rgb(51, 51, 255);"><i><span class="Apple-style-span"><br /></span></i></div><div style="text-align: justify; color: rgb(51, 51, 255);"><i><span class="Apple-style-span">Não vamos fazer o papel dos municípios nem dos Estados, mas precisamos construir as interfaces e estabelecer a transversalidade das políticas públicas para que elas transformem positivamente a vida das mulheres. É como se fôssemos alinhavando um grande mutirão em prol das mulheres do Brasil. O caminho é longo, e a chegada, um sonho de todas.</span></i></div><hr style="text-align: justify; color: rgb(51, 51, 255);"><div style="text-align: justify; color: rgb(51, 51, 255);"><span class="Apple-style-span"><i>IRINY LOPES é ministra da Secretaria de Política para as Mulhe</i>res.</span></div>Valéria Fernandeshttp://www.blogger.com/profile/01316913573572493872noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2324891926870392263.post-9846056256782799102011-04-16T10:36:00.000-03:002011-04-16T10:37:01.104-03:00Minhas Últimas Palavras (ESPERO) sobre o Massacre de Realengo<br><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhW2z_-5yv_SBxN7nGn2oduQAGd484joIL2a4dkIQpZP_o6wgxeLciQ2Evn60-woU2S0G4KA1bTM9ymacONbr_LzMonv9_ZMo8Fpq1vuHHcog5bBQej6VlwmRQHoNO44mOJIVY9aApusD0/s1600/110407tiroteiorj_f_007.jpg"><img style="display: block; margin: 0px auto 10px; text-align: center; cursor: pointer; width: 400px; height: 209px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhW2z_-5yv_SBxN7nGn2oduQAGd484joIL2a4dkIQpZP_o6wgxeLciQ2Evn60-woU2S0G4KA1bTM9ymacONbr_LzMonv9_ZMo8Fpq1vuHHcog5bBQej6VlwmRQHoNO44mOJIVY9aApusD0/s400/110407tiroteiorj_f_007.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5592935051212673650" border="1" /></a><br /><div style="text-align: justify; color: rgb(51, 51, 51); font-style: italic;">Queria ter escrito este texto na quinta-feira, e espero que essas sejam as minhas últimas palavras aqui sobre o “Massacre de Realengo” (<a href="http://bit.ly/fGSmxp">1</a>–<a href="http://bit.ly/gZ1oRD">2</a>). Muitos meios de comunicação, como a Revista <a href="http://bit.ly/fjjYrq">Isto é</a>, já sinalizaram que o sujeito foi até a escola para matar meninas (<span style="color: rgb(204, 0, 0);">“Apesar de ter escolhido como alvos preferenciais as meninas, o assassino Welington acertou um tiro na cabeça de Rafael Pereira da Silva (...)”</span>), mas a coragem para dizer isso com todas as palavras, dando o nome aos bois – <span style="font-weight: bold;">FEMINICÍDIO</span> – só vi nos textos feministas (<a href="http://bit.ly/fjIBHR">1</a>-<a href="http://bit.ly/ii7ZPD">2</a>), e <a href="http://bit.ly/gYnmbw">na boca</a> de um dos jornalistas mais extrema-direita desse país. Agora que (Graças ao bom Deus!) os meninos feridos, porque as meninas ele executou mesmo, estão se recuperando (*até os dois que estavam em estado muito grave*), a média deve continuar aquela mesmo: 10 meninas e 2 meninos mortos. Só que a gente continua escondendo falando “12 alunos mortos”, “12 crianças mortas”. Eu fico muito constrangida em ter que concordar (parcialmente) com um facistóide, mas se o resto da mídia, seja a grande imprensa ou os blogs, se recusam a dizer, a aceitar que um sujeito pode, sim, odiar tanto as mulheres e se sentir tão frustrado consigo mesmo a ponto de fazer o que esse cara fez... Paciência! Eu vou continuar clamando no deserto sempre que necessário. Eu não tenho nenhum problema com isso.<br /><br />Enfim, mas o que me fez postar sobre Realengo de novo foi <a href="http://glo.bo/eW2YvF">a exposição</a> que a mídia – a grande imprensa escrita e televisiva – vem fazendo e fotos desse celerado posando com armas, posando com a carta de suicídio, além, claro, dos vídeos. Confesso que quando vi um desses vídeos no Jornal da Globo, quando ouvi a voz áspera, monótona, a fala desconexa do sujeito (*me recuso a escrever no nome dele*), meu estômago revirou. Eu acredito que existam indivíduos que busquem a fama póstuma. Estão dando isso para esse elemento. Agora, ele é famoso! E será ainda mais se continuarmos nesta toada. Logo, várias comunidades e pessoas vão começar a expressar abertamente na internet a paixão por esse monstro que, mesmo que tenha sido vítima de bullying, retornou a sua antiga escola e projetou seu ódio, sua frustração, seu mix de fanatismo religioso, nas meninas e meninos que lá estudavam. Corremos sério risco de termos copy cats, isto é, gente que vai imitar ou tentar imitar esse cara. E, enquanto escrevo, a Record está colocando os vídeos no ar <span style="font-weight:bold;">DE NOVO</span>! E a culpa é do Estado que está cedendo essas imagens e vídeos desse sujeito que passa mensagens para aqueles que sofrem bullying os estimulando a... <span style="font-weight: bold;">MATAR MENINAS E MENINOS QUE NÃO FORAM OS RESPONSÁVEIS PELA VIOLÊNCIA QUE SOFRERAM!</span><br /><br />Esse tipo de cara não deveria ter o direito de fala, não deveria ter o direito de entrar nas nossas casas, porque a TV X ou Y quer audiência. Eu me considero agredida e imagino os pais, mães, irmãos e irmãs, parentes, amigos, dessas crianças, das vítimas fatais e sobreviventes. Já chega! E não estou falando que devemos deixar de discutir o caso. É necessário, muito necessário falar de Realengo, discutir o nosso sistema educacional, falar que foi feminicídio, denunciar como o discurso religioso pode ter terríveis influências sobre mentes já perturbadas... são muitas coisas a discutir neste caso. Aliás, recomendo muito o último texto do <a href="http://bit.ly/hZMTbO">Contardo Calligaris</a> sobre o caso. Muito mesmo! Agora, mostrar o rosto do monstro? Sua voz? <span style="font-weight: bold;">NÃO! </span> Disso a gente não precisa, ou, pelo menos, eu não preciso!<br /></div>Valéria Fernandeshttp://www.blogger.com/profile/01316913573572493872noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-2324891926870392263.post-65451965431251636142011-04-07T23:31:00.000-03:002011-04-07T23:32:13.176-03:00'Ele atirava nas meninas para matar', diz aluno que sobreviveu a ataque<br><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjvxwqgRrIj6iMUuvRdkD5PC66f9lhJKejlMEWNSAdvwRLWpQeHIX5ho474ur7ldgkn4a_F_yB0vN3DJbAwTjFza_TBtz4vQUJ5Rp4abbpoChubEoNZf4q2FRkHC8tTupjQOhB80JKUCmA/s1600/meninogustavo.jpg"><img style="display: block; margin: 0px auto 10px; text-align: center; cursor: pointer; width: 300px; height: 400px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjvxwqgRrIj6iMUuvRdkD5PC66f9lhJKejlMEWNSAdvwRLWpQeHIX5ho474ur7ldgkn4a_F_yB0vN3DJbAwTjFza_TBtz4vQUJ5Rp4abbpoChubEoNZf4q2FRkHC8tTupjQOhB80JKUCmA/s400/meninogustavo.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5593029424122306658" border="1" /></a><br /><div style="text-align: justify; font-style: italic; color: rgb(51, 51, 51);">Eu não queria estar certa, mas n<span class="status-body"><span class="entry-content">osso primeiro massacre em escolas (*e que seja o último*) foi, também, um feminicídio (crime de ódio contra mulheres). Será que eu fui a única a juntar dois pontos? Vi o Datena e ele cortou o repórter dizendo que não dava para saber, porque não sabíamos quantos alunos e alunas havia em sala. É o medo de admitir que uma proporção de quase 10 menina para 1 menino em uma escola comum não pode ser <span style="font-weight: bold;">NORMAL</span>? Será que a carta enlouquecida do assassino não era sintomático de alguma coisa? Mas os meninos, maioria dos sobreviventes, estão confirmando: <span style="font-weight: bold;">"Ele atirava nas meninas para matar"</span>, <a href="http://glo.bo/gmoGzf">disse um</a>;<span style="font-weight: bold;">"Relaxa, godrinho, eu não vou te matar"</span>, <a href="http://bit.ly/dSqF6O">disse outro</a>; e, <a href="http://bit.ly/fwXB86">por fim</a>, <span style="font-weight: bold;">"Ele colocava a arma na testa das garotas e puxava o gatilho, sem pena"</span> e <span style="font-weight: bold;">"Ele simplesmente entrou na sala, puxou a arma e começou a selecionar as pessoas que iriam morrer"</span>. Eis que o ódio do sujeito pelas mulheres transbordou nisso aí, no assassinato brutal de meninas. Então, quando lembrarem deste crime, lembrem, também, que há crimes que são específicos, feminicídio, assim como homofobia, existem. Crimes assim acontecem todos os dias e, sim, homens heterossexuais são seus agentes na maioria dos casos. É triste, mas a cultura da violência favorece esse tipo de coisa, e a cultura da violência é machista. Por favor, diga ao babaca que saiu papagaiando que meninas morreram em maior número <span style="font-weight: bold;">"porque não correm direito"</span> ou <span style="font-weight: bold;">"porque ficam paralisadas de medo"</span>, que essa pessoa está papagaiando idéias machistas, também. </span></span></div>Valéria Fernandeshttp://www.blogger.com/profile/01316913573572493872noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-2324891926870392263.post-18614572527445676272011-04-07T17:00:00.002-03:002011-04-10T20:11:15.695-03:00Minhas Considerações sobre as Meninas Massacradas em Realengo<br><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhW2z_-5yv_SBxN7nGn2oduQAGd484joIL2a4dkIQpZP_o6wgxeLciQ2Evn60-woU2S0G4KA1bTM9ymacONbr_LzMonv9_ZMo8Fpq1vuHHcog5bBQej6VlwmRQHoNO44mOJIVY9aApusD0/s1600/110407tiroteiorj_f_007.jpg"><img style="display: block; margin: 0px auto 10px; text-align: center; cursor: pointer; width: 400px; height: 209px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhW2z_-5yv_SBxN7nGn2oduQAGd484joIL2a4dkIQpZP_o6wgxeLciQ2Evn60-woU2S0G4KA1bTM9ymacONbr_LzMonv9_ZMo8Fpq1vuHHcog5bBQej6VlwmRQHoNO44mOJIVY9aApusD0/s400/110407tiroteiorj_f_007.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5592935051212673650" border="1" /></a><br /><div style="text-align: justify; font-style: italic; color: rgb(51, 51, 51);">Estou abrindo esse post por pura especulação e indignação. Primeiro, o <a href="http://glo.bo/e8dISr">crime da escola em Realengo</a>, as 11 alunas mortas, sim, no feminino, porque foram 10 meninas e 1 menino, me deixaram profundamente triste e amargurada. Agora, sim, estamos no primeiro mundo! Temos nosso Columbine... ou algo do gênero. Em segundo lugar, as proporções de 10 meninas para apenas 1 menino entre os mortos e de 13 meninas feridas para somente 3 meninos feridos, me deixaram de cabelo em pé. A carta do assassino, carregada de surtos religiosos (*<a href="http://glo.bo/hqa6Dx">cristãos</a>, não islâmicos, como muita gente começou a inventar*) e sexuais sobre castidade e pureza, me deixou muito, muito desconfiada. Para mim, e estou fazendo essa afirmação sem nenhuma informação posterior, trata-se de um crime de ódio. Ofereço, para quem duvida, dois outros crimes semelhantes em números: o da <a href="http://bit.ly/fKW1xh">Universidade em Montreal</a>, no Canadá e o da <a href="http://bit.ly/hX7vvM">Escola Amish</a>, nos EUA.<br /><br />Em 1989, Montreal, um sujeito invadiu a École Polytechnique, entrou em uma sala, rendeu todos, separou homens de mulheres e disse que estava lutando contra o feminismo. Atirou em nove moças, matou seis. Deixou uma carta de suicídio com uma lista de “feministas” que queria matar. O caso da escola Amish é mais recente. Em 2006, um sujeito invadiu uma escola Amish (*Lembram do filme A Testemunha?*), tomou uma classe como refém, liberou os meninos, ficou com as dez menininhas. Matou cinco, e não terminou o serviço, porque ao perceber a aproximação da polícia, ele se matou.<br /><br />Agora, alguém me diga qual escola do Rio de Janeiro ou de qualquer lugar do Brasil que não seja curso normal, enfermagem (*e aqui pode nem ser*) ou algo semelhante que tenha uma proporção próxima de 10 meninas para cada 1 menino em sala. Eu lecionei em curso normal e a proporção chegava perto disso. Esse não era o caso da escola do Realengo. Contudo vem alguém e me diz que temos estes números, porque as meninas sentam na frente. E, sim, ninguém se mexeu. Eu dou aula para adolescentes, posso até ter mais meninas na frente, mas a proporção é quase meio a meio.<br /><br />Desculpem, mas meu desconfiômetro está ligado aqui. Não acho que existam culpados. Não é algo que se espere que aconteça em uma escola brasileira, ninguém pode comprar armas de forma indiscriminada neste país salvo se estiver envolvido com o crime, e torço para que não tenhamos ninguém imitando o criminoso em outras escolas por aí. Eu realmente acredito que ocorreu um crime de ódio e o uso do masculino, o suposto universal, que esconde o número de vítimas mulheres, meninas, na verdade, é ofensivo. Torço, também, para que nenhuma das feridas morra e estou incluindo os três meninos.<br /><br />Quanto ao assassino, era alguém que sofria de transtorno mental. Deveria estar internado, mas o Estado abriu mão de tratar de forma adequada os doentes mentais, para cortar custos. Claro, que tudo é disfarçado em <a href="http://bit.ly/dOchrO">belas teorias</a> que dizem que é melhor o paciente estar com os seus familiares... Sei! Nem sempre isso é possível e/ou aconselhável. Eu defendo o tratamento humanizado, que hospitais psiquiátricos não pdoem ser prisões, no entanto, é preciso dar todo o apoio especializado aos parentes e ao paciente. Isso, o Estado não tem feito. Eis a minah crítica. Outra coisa, vi gente especulando que o policial executou o sujeito. Armado do jeito que ele estava (*vi a foto dele morto no jornal O Dia, com os carregadores em volta do corpo. Se <a href="http://bit.ly/g6d6oL">abrir</a>, está avisad@!*), se o policial o matou, fez o que deveria ter feito naquelas condições. Não lamento isto, eu lamento, sim, pelas crianças. E que me chamem de fascista se quiserem, pois assumo integralmente o que digo. Cabe agora investigar como o sujeito conseguiu as armas, tanta munição e os carregadores rápidos (<a href="http://bit.ly/eGASOY">speed loaders</a>). Qual o significado do seu traje imitando a indumentária militar? E o conhecimento e o treinamento que, apesar de ser mentalmente doente, ele certamente possuía? Isso, sim, é importante!<hr>O relato de uma das meninas sobreviventes (*<a href="http://glo.bo/idQkqj">1</a>-<a href="http://bit.ly/gyxphT">2</a>*) só reforça que o criminoso tinha um modus operandi. a cosia foi planejada e ele escolheu matar meninas. Meninas mesmo, já que ele entrou e a primeira pessoa que encontrou foi uma professora.</div>Valéria Fernandeshttp://www.blogger.com/profile/01316913573572493872noreply@blogger.com6