Hoje, 24 de junho, depois de décadas de campanha das mulheres sauditas, foi-lhes concedido o direito de dirigir no seu país. Muitas delas, especialmente, as mais abastadas, sabiam dirigir, o faziam no exterior, ou em rincões escondidos do país, mas publicamente, era proibido. Claro, que muitos vão anular a luta política das próprias mulheres e dizer que o príncipe herdeiro DEU a elas o direito, porque é um homem muito MODERNO e BONDOSO. Falácia.
O fato é que permitir que as mulheres dirijam era bandeira antiga das feministas e outras militantes do país, que continuam sendo perseguidas, motivo de crítica internacional, não tinha sustentação forte dentro da lei islâmica (*Sharia*) e ajudará a economia do país. Talvez, tenha até impacto sobre o trabalho dos imigrantes, porque muitos dos que dirigiam táxis e vans que levavam mulheres eram estrangeiros. Comentei sobre isso na resenha do filme O Sonho de Wadjda, primeiro filme comercial saudita, que trata de questões femininas como o poder guiar automóveis e dirigido por uma mulher. O fato é que sem a possibilidade de dirigir, as mulheres, pobres, inclusive, porque elas existem no país, mas falar deles e dalas pode dar cadeia, dependiam de táxis, vans e outros, porque elas são PROIBIDAS de usar o transporte público no país. Agora, acredito que mulheres motoristas possam, inclusive, guiar vans e ônibus que transporte mulheres com segurança e por preços mais acessíveis.
Ainda há muito que progredir na Arábia Saudita, ou recuperar, já que muitas das opressões foram impostas nos anos 1980 e, não, como muita gente pensa, eram coisa de tempos imemoriais. Cinemas, por exemplo, eram proibição dos anos 1980... Descobrir essas coisas é chocante. O fato é que decidi postar, porque vi fotos muito lindas de mulheres tão felizes no jornal português O Público, que tinha que trazer para cá, assim como alguns depoimentos. As fotos não são das mesmas mulheres, não havia identificação nas fotos. O fato é que estou feliz por elas, muito mesmo!
“Não acredito que estou a conduzir na Arábia Saudita.” Roa Altaweli.
“É a melhor sensação de sempre. Posso conduzir para o trabalho, posso levar as minhas crianças, posso viajar pelo meu país”, conta uma outra mulher, Samar Almogren, à BBC.
“É o nosso direito e finalmente podemos usufruir dele. É só uma questão de tempo até que a sociedade o aceite, de uma forma geral”, disse à Reuters Samira al-Ghamdi, de 47 anos, enquanto conduzia para o trabalho.