Vi essa entrevista na Época e tinha que postar, afinal, Meryl Streep é a grande dama do cinema americano, uma das atrizes que mostram competência e consegue se manter no alto mesmo com todo o sexismo do cinema que mede o talento das atrizes pela sua idade. Na entrevista ela mostra senso crítico, engajamento político e fala do que as mulheres conquistaram e perderam nas últimas décadas. Claro, que perguntas melhores renderiam bem mais, no entanto, o resultado ficou muito bom. Segue a entrevista.
ÉPOCA – A senhora detém o título de intérprete com mais indicações para o Oscar de todos os tempos: 16. Uma marca difícil de ser batida. Mas a última vez que a senhora venceu foi em 1983, por A escolha de Sofia. Não é frustrante perder sempre?
Meryl Streep – Não. Porque eu já nem penso mais em ganhar. Vou à cerimônia do Oscar para me divertir, encontrar amigos e para apoiar os diretores com quem trabalhei. Já estou muito feliz de ter esse histórico todo com o Oscar.
ÉPOCA – Muitas atrizes têm a carreira da senhora como modelo. O que acha dessa reverência toda?
Meryl – Isso me faz sentir ótima. E me faz mesmo. Sei quanto as atrizes que me precederam significaram para mim. Lembro de chegar a Nova York, vindo da escola de arte dramática (na Universidade Yale) e ter a chance de ver Geraldine Page, Irene Worth e Colleen Dewhurst no teatro. Que maravilha! Elas significaram o mundo para mim, talvez até mais do que as estrelas de cinema. Jamais pensava que iria fazer filmes. Meu sonho era ser uma atriz de teatro.
ÉPOCA – A senhora já disse que não existem bons papéis para atrizes acima dos 40 anos. Agora que continua por cima, tendo faturado mais de US$ 1 bilhão com seus filmes, ainda pensa da mesma maneira?
Meryl – Quando dei aquela declaração havia poucos papéis para atrizes maduras. E os bons papéis para atrizes acima dos 40 continuam escassos. Tive a sorte de fisgar todos os bons papéis que estavam disponíveis para essa faixa etária (risos). Mas vejo uma melhora. Hollywood funciona a partir do retorno da bilheteria. O que importa para os estúdios é o dinheiro arrecadado. Quando uma parcela ignorada do público responde com entusiasmo a um tipo de filme, aí prestam atenção. Toda vez que encontro chefões de estúdio dou um puxão de orelhas neles. Faço-os ver que ignoram uma parcela do público, o das mulheres maduras. Faço lobby para que eles invistam mais em filmes como Rio congelado, no qual a atriz Melissa Leo faz uma grande interpretação. Ninguém viu o filme, pois o dinheiro para o marketing era pouco e a distribuição acanhada. Mas rendeu indicações para o Oscar de atriz e roteirista. É um dos melhores que já vi.
ÉPOCA – A senhora poderia imaginar 15 anos atrás que atingiria o status de uma sexagenária que arrasta multidões ao cinema?
Meryl – Jamais. Também jamais suspeitaria que, de nossas três grandes emissoras de TV, duas delas hoje teriam mulheres ancorando seus noticiários no horário nobre. Jamais poderia imaginar que teríamos uma mulher como secretária de Estado. Ou que teríamos um presidente negro. É muito bom ver mulheres no poder na América do Sul e na Europa. Mas, ao mesmo tempo, também temos de enfrentar certos retrocessos.
ÉPOCA – Tais como?
Meryl – Como no Afeganistão. Nos anos 50, as mulheres afegãs formavam 70% do contingente de servidores públicos. A maioria dos professores era de mulheres. As afegãs votaram muito antes numa eleição do que as americanas.
ÉPOCA – O que a senhora acha do desempenho de Hilary Clinton como secretária de Estado?
Meryl – Ela está fazendo um trabalho de 20 mulheres ao mesmo tempo. Quando você olha a agenda dela no ano passado, dá para detectar a dimensão do trabalho que ela fez. E Hillary está tentando fazer o melhor que pode.
ÉPOCA – Em uma cena de Simplesmente complicado, a senhora aparece fumando maconha. Já fumou maconha alguma vez?
Meryl – Sim, já fumei maconha. Mas não gostei. Fumar maconha me fez sentir gorda e paranoica. Fiquei faminta depois. Assaltei a geladeira como se não houvesse amanhã.
ÉPOCA – O que a senhora acha da obsessão das atrizes de Hollywood pela cirurgia plástica?
Meryl – Me assusta que muita gente considere você maluca se não deu uma repaginada no rosto. Plástica hoje é como dente amarelo no passado. Todo mundo passou a ter dentes melhores e, se você não os têm, todo mundo diz: “Por que não os arrumou ainda?’’ Hoje em dia, quando alguém olha para você e diz: “Puxa, sua aparência está fantástica”, isso significa que a pessoa está realmente querendo dizer: “Bem-vinda ao clube, querida” (risos).
ÉPOCA – Qual é o segredo de sua forma invejável?
Meryl – Como muitas mulheres, gasto uma boa grana com cremes (risos). Eles ajudam muito. Recomendo. Dormir pelo menos sete horas por noite também é bom.
ÉPOCA – Muita gente famosa estremece ao conhecê-la pessoalmente. E com a senhora também rola uma tietagem?
Meryl – Mas é claro! Recentemente, conheci o presidente Barack Obama e fiquei totalmente paralisada (risos). Com o (cantor) Bruce Springsteen foi a mesma coisa.
Meryl Streep – Não. Porque eu já nem penso mais em ganhar. Vou à cerimônia do Oscar para me divertir, encontrar amigos e para apoiar os diretores com quem trabalhei. Já estou muito feliz de ter esse histórico todo com o Oscar.
ÉPOCA – Muitas atrizes têm a carreira da senhora como modelo. O que acha dessa reverência toda?
Meryl – Isso me faz sentir ótima. E me faz mesmo. Sei quanto as atrizes que me precederam significaram para mim. Lembro de chegar a Nova York, vindo da escola de arte dramática (na Universidade Yale) e ter a chance de ver Geraldine Page, Irene Worth e Colleen Dewhurst no teatro. Que maravilha! Elas significaram o mundo para mim, talvez até mais do que as estrelas de cinema. Jamais pensava que iria fazer filmes. Meu sonho era ser uma atriz de teatro.
ÉPOCA – A senhora já disse que não existem bons papéis para atrizes acima dos 40 anos. Agora que continua por cima, tendo faturado mais de US$ 1 bilhão com seus filmes, ainda pensa da mesma maneira?
Meryl – Quando dei aquela declaração havia poucos papéis para atrizes maduras. E os bons papéis para atrizes acima dos 40 continuam escassos. Tive a sorte de fisgar todos os bons papéis que estavam disponíveis para essa faixa etária (risos). Mas vejo uma melhora. Hollywood funciona a partir do retorno da bilheteria. O que importa para os estúdios é o dinheiro arrecadado. Quando uma parcela ignorada do público responde com entusiasmo a um tipo de filme, aí prestam atenção. Toda vez que encontro chefões de estúdio dou um puxão de orelhas neles. Faço-os ver que ignoram uma parcela do público, o das mulheres maduras. Faço lobby para que eles invistam mais em filmes como Rio congelado, no qual a atriz Melissa Leo faz uma grande interpretação. Ninguém viu o filme, pois o dinheiro para o marketing era pouco e a distribuição acanhada. Mas rendeu indicações para o Oscar de atriz e roteirista. É um dos melhores que já vi.
ÉPOCA – A senhora poderia imaginar 15 anos atrás que atingiria o status de uma sexagenária que arrasta multidões ao cinema?
Meryl – Jamais. Também jamais suspeitaria que, de nossas três grandes emissoras de TV, duas delas hoje teriam mulheres ancorando seus noticiários no horário nobre. Jamais poderia imaginar que teríamos uma mulher como secretária de Estado. Ou que teríamos um presidente negro. É muito bom ver mulheres no poder na América do Sul e na Europa. Mas, ao mesmo tempo, também temos de enfrentar certos retrocessos.
ÉPOCA – Tais como?
Meryl – Como no Afeganistão. Nos anos 50, as mulheres afegãs formavam 70% do contingente de servidores públicos. A maioria dos professores era de mulheres. As afegãs votaram muito antes numa eleição do que as americanas.
ÉPOCA – O que a senhora acha do desempenho de Hilary Clinton como secretária de Estado?
Meryl – Ela está fazendo um trabalho de 20 mulheres ao mesmo tempo. Quando você olha a agenda dela no ano passado, dá para detectar a dimensão do trabalho que ela fez. E Hillary está tentando fazer o melhor que pode.
ÉPOCA – Em uma cena de Simplesmente complicado, a senhora aparece fumando maconha. Já fumou maconha alguma vez?
Meryl – Sim, já fumei maconha. Mas não gostei. Fumar maconha me fez sentir gorda e paranoica. Fiquei faminta depois. Assaltei a geladeira como se não houvesse amanhã.
ÉPOCA – O que a senhora acha da obsessão das atrizes de Hollywood pela cirurgia plástica?
Meryl – Me assusta que muita gente considere você maluca se não deu uma repaginada no rosto. Plástica hoje é como dente amarelo no passado. Todo mundo passou a ter dentes melhores e, se você não os têm, todo mundo diz: “Por que não os arrumou ainda?’’ Hoje em dia, quando alguém olha para você e diz: “Puxa, sua aparência está fantástica”, isso significa que a pessoa está realmente querendo dizer: “Bem-vinda ao clube, querida” (risos).
ÉPOCA – Qual é o segredo de sua forma invejável?
Meryl – Como muitas mulheres, gasto uma boa grana com cremes (risos). Eles ajudam muito. Recomendo. Dormir pelo menos sete horas por noite também é bom.
ÉPOCA – Muita gente famosa estremece ao conhecê-la pessoalmente. E com a senhora também rola uma tietagem?
Meryl – Mas é claro! Recentemente, conheci o presidente Barack Obama e fiquei totalmente paralisada (risos). Com o (cantor) Bruce Springsteen foi a mesma coisa.
Faço um convite a todos amigos e amigas blogueiros:O tema é: "100 anos de Dia Internacional da Mulher: celebrar o quê?".
ResponderExcluirA proposta é discutir o que aconteceu no dia a dia das mulheres em 100 anos de lutas e conquistas..Saiba mais aqui:
http://rubraalma.blogspot.com/2010/03/blogagem-coletiva-100-anos-de-dia.html
Participe,divulgue, comente!Sua participação é importante!
Com carinho e respeitoIony/Alma Rubra
foi digno a vitoria dela
ResponderExcluirBom final de semana
:*