Desde o fim da Reconstrução Radical (1865-1877) vigoraram no Sul dos Estados Unidos as chamadas Leis Jim Crow (1876-1965), que legitimavam a Segregação Racial com base na premissa (*falsa*) "Separados, mas Iguais". Qualquer pessoa que tenha assistido mesmo o filme mediano Histórias Cruzadas, entende o que estou dizendo. Pois bem, Rosa Parks foi presa em 1 Dezembro de 1955, porque não quis se levantar para que um homem branco pudesse sentar. Hoje é dia de lembrá-la. Sua coragem, seu orgulho, foi o estopim para que outros negros e negras se mobilizassem nos EUA para que as leis racistas-segregacionistas fossem derrubadas.
O sistema de transporte público de Montgomery, Alabama, sofreu boicote por 381 dias, até que as autoridades cederam a aboliram o sistema que estabelecia que negros sentavam no fundo do ônibus, brancos na frente e se o ônibus enchesse, a cada branco que entrasse, um negro ou negra deveria ceder o lugar. Rosa Parks não foi a primeira mulher, nem a primeira pessoa, a se rebelar contra a segregação nos transportes públicos em algum Estado do Sul, antes dela, pelo menos três mulheres ganharam notoriedade por fazer o mesmo: Irene Morgan (1946), Sarah Louise Keys (1955), e Claudette Colvin (1955).
Irene Morgan era secretária, e se recusou a levantar na cidade de Middlesex County, Virginia. Não somente isso, ela entrou em luta corporal com o xerife e outra autoridade masculina para não deixar o veículo. Foi presa, seu caso se arrastou na justiça, e foi parar na Suprema Corte. Imaginem o risco que essa mulher correu, e, claro, o mal exemplo, já que não somente se rebelou, mas partiu para a luta corporal... Sarah Keys (siga o link) era militar, das primeiras a se graduar na academia militar, das primeiras militares negas a cursar Direito com verba do Exército, e estava voltando para uma licença em sua cidade natal, Washington, Carolina do Norte. Ela tomou o ônibus em Fort Dix, New Jersey, seguiu até Washington D.C., onde embarcou em um ônibus sulista. Sentou-se na quinta fileira. Quando houve troca de motorista na pequena Roanoke Rapids , o condutor exigiu que ela fosse para o fundo do ônibus e cedesse o lugar para um fuzileiro branco. Ela se recusou. Foi presa. O caso foi parar na Suprema Corte.
Já Claudette Colvin, uma adolescente de 15 anos, voltando da escola, foi a primeira mulher em Montgomery a resistir às leis segregacionistas em ônibus, nove meses antes de Parks, mas por ser uma menina, que poderia ser taxada de "rebelde", não foi considerada como um símbolo adequado ao movimento de direitos civis. Na verdade, e isso não diminui Rosa Parks, mas mostra o quanto uma imagem mais conservadora, todas as outras eram jovens, Parks já tinham 43 anos, por exemplo, se presta melhor como propaganda em uma sociedade igualmente conservadora... Hoje não é dia de lembrar somente de Rosa Parks, mas de todas essas outras mulheres e ressaltar que a luta por direitos iguais não acabou.
Já Claudette Colvin, uma adolescente de 15 anos, voltando da escola, foi a primeira mulher em Montgomery a resistir às leis segregacionistas em ônibus, nove meses antes de Parks, mas por ser uma menina, que poderia ser taxada de "rebelde", não foi considerada como um símbolo adequado ao movimento de direitos civis. Na verdade, e isso não diminui Rosa Parks, mas mostra o quanto uma imagem mais conservadora, todas as outras eram jovens, Parks já tinham 43 anos, por exemplo, se presta melhor como propaganda em uma sociedade igualmente conservadora... Hoje não é dia de lembrar somente de Rosa Parks, mas de todas essas outras mulheres e ressaltar que a luta por direitos iguais não acabou.
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